Velhos dilemas, novos desafios
A mais recente reconfiguração do governo regional determinou uma nova liderança para o setor da saúde, considerado um dos pilares fundamentais para o bem-estar económico e social da região, a saúde enfrenta desafios que exigem atenção imediata e soluções inovadoras e eficazes a nível da gestão dos recursos, na configuração dos serviços, assim como um especial cuidado às condições de trabalho dos profissionais.
O início de funções coincide com o mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde que em 2025 adotou como temática a saúde materna, neonatal e pós-natal, com o objetivo de sensibilizar e dinamizar utentes, profissionais e governos para desenvolver todos os esforços na implementação de medidas que reduzam ou acabem com a mortalidade de mães e bebés à nascença, privilegiando a saúde e o bem-estar materno infantil a longo prazo.
A região não é exceção, em conformidade com a campanha liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a nova titular da pasta da saúde tem a responsabilidade de comandar a transformação que o serviço regional de saúde precisa. A conclusão do novo hospital dotado de instalações modernas, novos equipamentos que deverão permitir intervenções de saúde mais céleres, induzindo a uma maior capacidade para realizar procedimentos mais complexos com qualidade e segurança, a nova unidade hospitalar deverá diversificar a oferta, melhorando as respostas na prestação de cuidados de saúde a toda a população madeirense.
Tendo em consideração a capacidade instalada e as perspetivas que se abrem com a entrada em funcionamento do novo hospital, os atuais problemas de que enferma o Serviço Regional de Saúde não serão ultrapassados se persistirem os crónicos vícios. É necessário elaborar um plano estratégico de médio-longo prazo com metas claras e indicadores de desempenho tangíveis, que permitam monitorizar as várias fases do processo, é necessário fortalecer os cuidados de saúde primários como porta de entrada no serviço de saúde, garantindo o atendimento e um sistematizado acompanhamento do estado de saúde do utente em tempo útil, eficaz e de proximidade.
É imprescindível aproveitar a inovação tecnológica como aliada na melhoria constante dos serviços e dos cuidados, trabalhando em rede e em cooperação com outras organizações de modo a minimizar o problema das altas clínicas e a gestão da doença crónica. Há que impulsionar o desenvolvimento de soluções eficazes e duradouras, com transparência na gestão e uma comunicação clara e eficaz consolidando a confiança dos utentes e dos profissionais nos serviços de saúde.
A região como a maior parte da Europa lida com o envelhecimento da população, fenómeno que exige adaptação dos serviços de saúde dando maior ênfase aos cuidados geriátricos e às doenças crónicas. Num contexto em que dependendo do nível de desenvolvimento do país ou região, aparecem no topo da mortalidade ou da incapacidade as doenças cárdio e cérebro vasculares, seguindo-se os vários tipos de cancro, as doenças respiratórias entre muitas outras, pelo que é fundamental criar condições sólidas e adequadas para dar as necessárias respostas em saúde à população.