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Regionais 2025 Madeira

Entendam-se!

Diogo Agostinho, economista e COO do jornal Eco, estreia a rubrica 'As Regionais vistas de fora'

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Quando recebi o convite do Ricardo Miguel Oliveira para escrever sobre as Regionais da Madeira, com um olhar de fora, só podia dizer que sim. Por dois motivos: a amizade ao Ricardo e a preocupação natural com o que se passa na Madeira.

Estamos habituados a olhar para a Madeira como um referencial de estabilidade e modernidade. Tenho a sorte de, por razões familiares, visitar a Madeira com frequência e, até hoje, encontrar sempre uma ilha pujante, dinâmica e com forte iniciativa. Naturalmente terá os desafios e problemas que também são conhecidos, mas vemos sempre uma economia a querer ser mais capaz, assente num turismo de primeira, numa rede de serviços de qualidade. Com gente de garra a liderar, que se sentiu com Alberto João Jardim e passou para Miguel Albuquerque que é, não duvidem, uma marca forte cá no continente.

O cenário de repetidas eleições regionais é, antes de tudo, um motivo de forte apreensão. Onde antes encontrávamos um rumo, hoje temos uma situação de dificuldade em encontrar respostas com a fragmentação partidária. E aí, as pessoas devem fazer uma reflexão clara: quem tem um projecto para a Madeira? Esse deve ser o cerne de qualquer cidadão na ida às urnas. Mas depois, não é possível continuar num ciclo eleitoral de 6 em 6 meses. Os Partidos, com esta composição parlamentar devem ser capazes de assumir a responsabilidade que o povo lhes confere. E assumir antes das eleições, de forma clara e não com arranjos pós-eleitorais, sempre numa óptica de quanto pior, melhor. Quem vence eleições, merece ter o tempo e o espaço para governar.

A Madeira merece um Governo Regional com mandato a 4 anos para projectar o futuro de uma ilha que é encantadora e precisa de liderança.