DNOTICIAS.PT
Artigos

Fazer acontecer, falar por falar ou espalhar ódio

Adoro quem luta, quem sai da sua zona de conforto e quem se esforça por fazer as coisas acontecerem, mesmo que com isso, corram riscos superiores e estejam mais sujeitos ao escrutínio.

Bem sei que não é para todos. Uns porque não têm capacidades e outros porque é muito mais fácil ficar a assistir e, da bancada ou de um púlpito, exigir e/ou prometer um mundo ideal sempre adiado e desalinhado com a realidade. Isto para não falar daqueles que são avessos às concretizações de outros e que se embrulham na azia e no ódio.

No que ao fazer acontecer diz respeito, e dando como exemplo a política, há que destacar a capacidade dos governos sociais democratas em concretizar.

Veja-se em concreto o exemplo da nova regulamentação do Subsídio Social de Mobilidade que aguardava revisão desde 2016. Passaram-se oito anos de governo socialista, com o envolvimento do Dr. António Costa, do Dr. Pedro Nuno Santos e do Dr. Paulo Cafofo, e nada se materializou. Não assumiram qualquer alteração, pese embora a grande insistência do Governo Regional e da Assembleia Legislativa da Madeira, bem como dos deputados do PSD na Assembleia da República.

O Governo Social Democrata do Dr. Luís Montenegro com o seu empenho em executar, em 11 meses publicou um novo Decreto Lei sobre o Subsídio Social de Mobilidade e assumiu diversos compromissos dos quais se destacam a redução do valor das viagens, o reembolso do subsídio célere via plataforma informática e a eliminação da idade limite para estudantes.

Não obstante ainda faltar regulamentação adicional para se saber mais sobre o assunto, temos aqui uma prova de que os sociais-democratas são capazes de fazer acontecer.

A Social Democracia regional não fica nada atrás, e mesmo durante a ausência de soluções nacionais sobre o referido tema e com a sua vontade de resolver problemas, apresentou em 2018 o programa Estudante InsuLar que foi vital para que as famílias madeirenses pudessem reduzir o esforço com os seus “Deslocados”. Em 2017, muitos ficaram mesmo junto ao “mar de gente”, ao “sol diferente” e ao “monte de betão” no Natal e na Páscoa por falta de possibilidades para virem a casa.

Segundo os indicadores da Direção Regional de Estatística para os 50 anos do 25 de abril de 1974, podemos comprovar os resultados da capacidade e da vontade de fazer acontecer pelo PSD na Região nos últimos 50 anos.

Dos dados disponíveis, destaco pela dimensão social e económica que tem, o índice de disparidade de PIB por pessoa face à média nacional que passou de 34% para 101%, o que revela que em 1976 cada madeirense tinha um terço da riqueza nacional e que agora tem acima da média do País. Sim, éramos pobres e tínhamos falta de tudo, mas conseguimos evoluir muito, muito, muito.

O progresso foi também significativo ao nível do saneamento básico, abastecimento de água e energia, cuidados de saúde – número de óbitos de crianças com menos de um ano passaram de 222 por ano para 1; o número de médicos aumentou 500% (de 218 para 1318); a esperança de vida à nascença passou dos 70 para os 79 anos –, acessibilidades, comunicações e habitação – os alojamentos familiares subiram 110% (62.560 para 131.037) – o que demonstra bem a capacidade de realização do PSD.

Por último, uma nota sobre a educação, um dos mais relevantes indicadores da política social democrata na medida em que promove a mobilidade social dos melhores. Neste âmbito, verificamos que a taxa de analfabetismo passou de 26,6% para 4,5%. Sim, era flagelo e destruía ambições mas teve uma evolução fantástica a ponto de nos testes de PISA os estudantes madeirenses terem ficado à frente de todas as médias nacionais nas Matemáticas, Ciências e Leitura e até terem ultrapassado a média da OCDE, e de, 9 em cada 10 alunos regionais garantirem colocação no ensino superior.

Face ao exposto e pelas demais estatísticas conhecidas parece-me que estamos bem longe de uma crise económico-social na Região e que assistimos a uma crise do sistema político e partidário com amplificação de “soundbites” enganosos, com recurso a ajustes de contas e à proliferação do ódio e da judicialização. Não sei bem para onde vamos, mas penso que assim, sem resolver o impasse que temos assistido e não assegurando um governo estável no PSD, não conseguiremos ir a lado nenhum.