A ascensão da Índia na Nova Ordem Mundial
A Índia desempenha um papel essencial na reconfiguração da nova ordem mundial. Caracteriza-se pela sua diversidade étnica e cultural (apesar de ser predominantemente hindu) e tornou-se a nação mais populosa do mundo, ultrapassando a China.
Ocupa também a posição de 5.ª maior economia do mundo. Embora o Estado indiano enfrente dificuldades internas e externas, como as marcantes desigualdades sociais no seu território e a instabilidade política e económica dos seus vizinhos, tem conseguido preservar a sua democracia, afirmando-se como um ator estratégico e influente na cena internacional.
Relativamente à Política Externa Indiana, esta baseia-se em promover o seu crescimento económico num ambiente de paz e no fortalecimento das capacidades militares, visando preservar a sua integridade territorial. A visão filosófica indiana encontra-se fundamentada no princípio da não-violência, o qual, embora seja fulcral, não descarta a necessidade de defesa e preparação militar. Com esta abordagem, a Índia pretende usar a sua capacidade militar como fator de dissuasão na eventualidade de sofrer uma agressão e envolver-se em conflitos militares só quando for necessário proteger o Dharma (ordem moral).
Na cena internacional, a Índia tem desempenhado um papel relevante nas operações de manutenção da paz das Nações Unidas, nas suas contribuições em ajuda humanitária, intercâmbios de defesa de alto nível e exercícios militares. Neste sentido, a Índia apresentou-se como um vishwa bandhu (amigo universal) para todos os países do mundo e uma voz influente para o Sul Global.
No âmbito da diplomacia de defesa, a Índia tem reforçado as suas parcerias estratégicas com vários países do Indo-Pacífico, em resposta à crescente influência chinesa na região. Além disso, a Índia adota uma postura de multi-alinhamento, estabelecendo associações estratégicas com diferentes países, de forma a maximizar o seu interesse nacional, preservando a sua autonomia estratégica. Desta forma, a Índia mantém a sua posição como potência independente, ao mesmo tempo que converge os seus interesses estratégicos com o Ocidente.
Perante os desafios que a Índia enfrenta na sua própria região, particularmente com a China e o com Paquistão (ambos países detentores de armas nucleares), esta vê-se obrigada a recorrer a opções extrarregionais para promover os seus interesses económicos e de segurança.
Em suma, a Índia assume-se como uma potência emergente na cena internacional, graças à sua importância geoestratégica na região do Indo-Pacífico, ao seu perfil crescente como voz do Sul Global e ao seu peso crescente na economia mundial.