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Madeira

CASA salvou 24 mil refeições do desperdício ao longo de 2025 na Madeira

O balanço foi assinalado, esta quarta-feira, com a realização do almoço de Natal na cantina da Instituição Particular de Solidariedade Social

O balanço de 2025 foi assinalado, esta quarta-feira, com a realização do almoço de Natal na cantina do CASA.
O balanço de 2025 foi assinalado, esta quarta-feira, com a realização do almoço de Natal na cantina do CASA.

Excedentes alimentares fornecidos diariamente pelo Grupo PortoBay são reaproveitados e transformados em refeições para quem mais precisa, num trabalho de combate ao desperdício que é feito desde há 17 anos.

O Centro de Apoio ao Sem-Abrigo (CASA) recuperou, ao longo de 2025, cerca de 24 mil refeições que, de outra forma, teriam sido desperdiçadas. O balanço anual reflecte, mais uma vez, um dos muitos desígnios desta Instituição Particular de Solidariedade Social: o combate ao desperdício alimentar e de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade social, que é desenvolvido há 17 anos e assegurado através de excedentes alimentares fornecidos pelo Grupo PortoBay.

Em declarações ao DIÁRIO e TSF-Madeira, a presidente do CASA, Sílvia Ferreira, sublinha que esta missão esteve presente desde o primeiro dia. “Uma das políticas da CASA, desde o início - desde que meia dúzia de voluntários se juntaram para desenvolver este projecto - foi sempre combater o desperdício alimentar e gerir tudo aquilo que já existe para quem mais precisa”, afirma.

Declarações de Sílvia Ferreira

Ao longo dos anos, esse objectivo foi consolidado através de uma forte rede de parcerias. “Ao longo destes anos, temos conseguido fazê-lo. Trabalhamos muito com parceiros; todo o nosso trabalho está fortemente ligado a parcerias, que nos dão diariamente excedentes alimentares”, explica, sublinhando que este modelo acompanha a instituição desde a sua criação. “Foi isto que alavancou todo o nosso trabalho e fazemos questão de que assim continue.”

Sabemos que, diariamente, há excedentes provenientes de hotéis, padarias, pastelarias e supermercados que, se nós não formos buscar, acabam no lixo. E isso é inadmissível num Mundo como aquele que estamos a viver, em que há tantas dificuldades, continuar a desperdiçar comida. Sílvia Ferreira, presidente do CASA

O balanço de 2025 foi assinalado, esta quarta-feira, com a realização do almoço de Natal na cantina do CASA, um momento simbólico que procurou, uma vez mais recriar o espírito natalício junto de quem vive em situação de sem-abrigo, mas não só.

“Este dia é um dia muito especial, principalmente aqui para a CASA, porque quando iniciámos este projecto, há 17 anos, lembro-me de que foi numa pequena salinha onde estavam cerca de 30 pessoas”, recorda a presidente da associação.

E, assim, a tradição mantém-se. Este ano, o CASA serviu entre 60 e 65 refeições, embora o número seja sempre variável. “Este número não é exacto, porque, como sabem, a cantina está aberta a qualquer pessoa. Qualquer pessoa pode vir comer. É um espaço aberto e, enquanto houver comida, estaremos cá para servir”, explica Sílvia Ferreira.

Declarações de Sílvia Ferreira

O almoço de Natal e o funcionamento regular da cantina são possíveis graças ao apoio contínuo do Grupo PortoBay. “Todo o trabalho da CASA ao longo destes 17 anos só tem sido possível graças ao apoio constante do grupo PortoBay, que nos fornece diariamente os alimentos para as refeições”, sublinha a responsável.

Neste dia especial, o grupo hoteleiro voltou a preparar uma refeição festiva. “Cozinham uma refeição especial: temos carne vinha d'alhos, frango, peru, salgadinhos e fruta. É um miminho muito bom, que cria um certo espírito natalício, que é exactamente aquilo que pretendemos”, acrescenta.

Voluntários garantem apoio 365 dias por ano

O trabalho do CASA mantém-se activo ao longo de todo o ano, sem interrupções. “Nós trabalhamos 365 dias por ano, com voluntários que diariamente vão buscar a comida aos hotéis. Portanto, este é apenas mais um dia”, afirma Sílvia Ferreira.

Declarações de Sílvia Ferreira

Ainda assim, a época natalícia continua a mobilizar novos voluntários. “Há sempre pessoas que gostam de ajudar nesta altura do ano e que se predispõem a vir cá. Hoje, por exemplo, temos aqui na cantina duas ou três pessoas que vêm pela primeira vez e que querem experienciar este espírito natalício que nós promovemos”, refere.

Apesar dos desafios, a presidente do CASA destaca o envolvimento da comunidade. “Felizmente, nunca nos faltaram voluntários. Felizmente.”