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Cerca de um terço do consumo de bacalhau concentra-se no Natal

Foto Shutterstock
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Cerca de um terço do consumo anual de bacalhau concentra-se na época do Natal, com Portugal a manter-se como o principal destino de exportação do bacalhau salgado seco, indicou à Lusa o Conselho Norueguês das Pescas (NSC).

"Por ser uma época de pico de consumo, cerca de 30% do consumo anual de bacalhau concentra-se no Natal", destacou o NSC, em resposta à Lusa.

No ano passado, o consumo em Portugal fixou-se em cerca de 55.000 toneladas. Cada português consome, em média, cerca de 15 quilogramas (kg) de bacalhau por ano, mantendo-se o país na liderança do consumo.

Portugal permanece igualmente no primeiro lugar dos destinos de exportação de bacalhau salgado seco, com mais de 81.000 toneladas. Acresce ainda o bacalhau salgado verde, que depois é transformado no país.

Entre os mercados relevantes estão ainda Espanha, Itália e Brasil.

"Tal como outros produtos alimentares, o preço do bacalhau teve algumas variações, devido à relação procura/oferta, uma vez que se registou uma redução das quotas de pesca que resultam das políticas de gestão de 'stocks' nos mares da Noruega", apontou.

De acordo com o NSC, empresa pública, que pertence ao Ministério das Pescas da Noruega, uma vez que existe uma menor disponibilidade de bacalhau é esperado que se mantenha uma subida nos preços.

Apesar do preço, o bacalhau continua a ser "um ingrediente base" na gastronomia portuguesa e, por isso, o consumo manteve-se estável.

Preço do bacalhau deverá ter agravamento em 2026

O bacalhau deverá ficar mais caro já no próximo ano, face à redução de quotas no Mar de Barents e ao contexto internacional, segundo as estimativas da Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB).

"Para 2026, perspetiva-se um agravamento do cenário tendo em conta a redução das quotas previstas para as pescarias no Mar de Barents, bem assim o contexto internacional, que conjuntamente, irão seguramente colocar pressão adicional sobre a oferta e os preços", indicou a AIB, em resposta à Lusa.

Até ao Natal, espera-se uma manutenção ou ligeira subida no preço do bacalhau, impulsionado pelos custos de importação e de transporte.

O Natal continua a representar cerca de 30% do consumo anual, apesar do contexto económico.

Para isto, contribui uma "forte componente cultural e afetiva", as campanhas promocionais e ações de marketing.

No ano passado, o consumo anual de bacalhau, em Portugal, fixou-se em cerca de 55.000 toneladas, sendo que, este ano, deverá ser inferior, estimou a AIB.

Em 2025, o mercado do bacalhau "manteve-se resiliente", apesar do contexto internacional desafiante.

No que se refere às vendas, o bacalhau salgado seco teve "uma redução inferior a dois dígitos" devido a uma maior racionalização nas compras e ao aumento dos preços.

Por sua vez, o bacalhau demolhado ultracongelado teve um ligeiro crescimento, fruto da procura por conveniência e facilidade de preparação.

A AIB destacou ainda a preferência por embalagens mais práticas e porções menores, de forma a reduzir o desperdício, o crescimento do consumo fora de casa e uma maior atenção à saúde, bem como à sustentabilidade e origem do produto.