O Rumo de Portugal
Vejo em Gouveia e Melo a possibilidade de muitos portugueses voltarem a acreditar na política
Daqui a um mês, somos chamados a votar para escolher o próximo Presidente da República. Rostos e políticas não faltam, perfilando-se vários candidatos e candidatas a ocupar a cadeira de Belém.
Neste tempo festivo de Natal e Fim de Ano, de convívios e múltiplos afazeres, é mesmo importante que não fiquemos presos na confusão ou, pior, na apatia, e deixemos o caminho livre para que sejam outros a escolher por nós. Não podemos nunca esquecer que o nosso silêncio e abstenção nunca são neutros, mas antes um terreno fértil para o enfraquecimento e empobrecimento da cultura e debate políticos.
Face a tantas possibilidades de escolha, quando leio que muitos eleitores colocam a honestidade e atenção aos aspetos sociais como critérios essenciais para a escolha de um Presidente da República, não me surpreendo. Até porque honestidade e responsabilidade social são valores que orientam o meu posicionamento político. Mesmo que, no mundo atual, tudo pareça negociável, continua a acreditar que a honestidade tem de ser um valor e um critério político.
De todos os atuais candidatos, só conheço pessoalmente Henrique Gouveia e Melo, pois, durante a pandemia, tive a oportunidade de acompanhar de perto o seu trabalho enquanto Coordenador da Task Force do Plano de Vacinação contra a Covid-19.
Num tempo em que o país inteiro respirava com dificuldade, não apenas por causa do vírus, mas também pela insegurança e incerteza com que nos debatíamos, constatei a sua forma de ser e estar: direto, disciplinado e compassivo face às vulnerabilidades sociais e de saúde dos seus concidadãos. Vi a exigência, o rigor e a resiliência. Vi a serenidade de quem sabe que a liderança não serve para ser popular, mas para ser útil.
Vejo em Gouveia e Melo a possibilidade de muitos portugueses voltarem a acreditar na política, restaurando a dignidade e confiança que o mais elevado cargo da Nação exige. Alguém que não se deixe enredar nas novelas e novelos partidários e que não use o cargo como palco, mas como dever.
Há quem o acuse de fraca retórica política. Mas, pelo contrário, acho que aí reside uma das suas forças e mais-valias, o de falar sem filtros e sem floreados. Num país que se habituou a ir atrás de frases sonantes e de quem grita mais e mais alto, Gouveia e Melo traz o incómodo, para alguns, da disciplina, da sobriedade do dever, de quem procura resultados que perduram e não aplausos fáceis. Na minha opinião, para o cargo a que se candidata, não ser um político de carreira pode ser uma vantagem e não um defeito.
Precisamos de um Presidente que una, que deixe bem vincado que nós, portugueses, somos muito superiores ao somatório das nossas desilusões, cansaços e fracassos. Que consiga assegurar e fazer vencer a ideia de que Portugal tem de ser uma causa comum, não um campo de batalha partidário. Um presidente que entenda que uma das suas principais incumbências é proteger a democracia. E que olhe para o país como ele realmente é: cheio de talento(s), mas cansado, cheio de possibilidades, mas frequentemente adiado.
O Presidente da República não governa, é certo. Mas reduzir o cargo a essa evidência é esquecer o essencial, pois bem sabemos como um Presidente da República pode influenciar o ambiente político e dar sinais à sociedade, contribuindo para a confiança e estabilidade ou, pelo contrário, aumentando a tensão política.
Mais do que promessas grandiosas, precisamos de um Presidente que não queira ser ruído, mas referência e âncora e que consiga exercer a magistratura de influência com parcimónia e com assertividade.
Claro que Henrique Gouveia e Melo não é infalível, nem tem soluções milagrosas ou mágicas, nem sequer concordo com tudo o que diz ou defende, mas tem algo essencial nos nossos dias, um profundo sentido de missão e de serviço público, e, nas horas decisivas, não se esconde nem recua face às adversidades e incertezas do dia a dia.
Sou apoiante de Gouveia e Melo desde a primeira hora, por convicção. Porque acredito que Portugal precisa de um Rumo diferente, enquanto sociedade.
Há momentos em que escolher com consciência é, em si mesmo, um ato de responsabilidade para com o país que somos e o amanhã que queremos construir.
O meu apoio a Gouveia e Melo, mais do que a evidente escolha pessoal, é também um sinal de esperança no futuro.