Marcelo prescinde de pensão e remete para o sucessor decisão sobre gabinete
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou hoje que vai prescindir da pensão a que tem direito pelo exercício do cargo e remeteu para o seu sucessor a decisão sobre o seu eventual gabinete.
O chefe de Estado, que respondia a perguntas dos jornalistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, anunciou também que irá convidar o próximo ou próxima Presidente da República para ir almoçar ao Palácio de Belém logo no dia seguinte à eleição, "para lhe passar a pasta da transição".
Interrogado se tenciona prescindir de ter um gabinete quando cessar funções, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Eu vou prescindir, de facto, da pensão correspondente ao exercício da função presidencial. Portanto, ficarei com a pensão correspondente às funções que exerci antes de ser Presidente da República".
Quanto ao seu eventual gabinete como ex-Presidente, considerou que não deve ser o próprio a tratar dessa matéria estando ainda em funções, e que "é uma matéria que depende do futuro Presidente da República".
"Quem for eleito decidirá se, sim ou não, entende onde, de que maneira, em que condições, proporcionar um sítio onde, eventualmente, possa o antigo Presidente, como acontece com outros antigos presidentes, receber correspondência e poder estabelecer um relacionamento para o futuro em termos da sua atividade no dia a dia", declarou.
"Mas essa é uma decisão do futuro Presidente da República, não é minha. A minha decisão será, sim, no dia seguinte à eleição do meu sucessor, na própria noite, convidá-lo, qualquer que ele seja, para ir almoçar comigo no dia seguinte a Belém, para lhe passar a pasta da transição e para, se for o caso disso, explicar o que for necessário no plano interno, no plano internacional", acrescentou.