“Egos” e “dispersão”
A sondagem da Aximage para o DIÁRIO e TSF-Madeira, divulgada, na edição impressa do DIÁRIO de Notícias da Madeira desta quinta-feira, 9 de Outubro, dá uma vitória folgada à coligação PSD/CDS, encabeçada por Jorge Carvalho, atribuindo-lhe 46% das intenções de voto.
Em segundo surge o JPP, com 18,4% e em terceiro o Chega, com 13,7%. O PS é relegado para a quarta posição com apenas 11.2%.
A confirmarem-se estes números a próxima vereação terá seis elementos da coligação, 2 do JPP e do Chega e 1 do PS.
Se os resultados da sondagem fossem para a Assembleia Municipal do Funchal, os mandatos seriam os seguintes: PSD/CDS (17), JPP (6), CH (5), PS (4), IL (1). A estes 33 deputados municipais juntam-se os presidentes das 10 juntas de freguesia.
Carvalho com vitória folgada
Conheça os destaques desta quinta-feira em mais uma edição do DIÁRIO
Com 14 candidaturas à Câmara Municipal do Funchal há muitos que ficam de fora destas contas.
Ainda de acordo com o estudo entre as forças menos expressivas, a Iniciativa Liberal regista 3%, a CDU 1,7% o PAN obtém 1,4%. Abaixo de 1% surgem ADN, BE, Livre, MPT, PTP, Nova Direita e, no fundo da tabela, o RIR, com 0% de intenções de voto. A sondagem regista ainda 11,2% de indecisos e 1,6% de eleitores que afirmam pretender votar em branco ou nulo.
As reacções – entre os representantes dos partidos ‘mais pequenos’ – reflectem-se, sobretudo, que o elevado número de candidaturas resulta numa “dispersão dos votos”.
“As sondagens não auguram bons resultados para a oposição”, sentencia Dina Letra, cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda, que diz que a culpa da dispersão dos votos é dos “egos de partidos que acham que sozinhos podem mudar quase 50 anos de governação do PSD-Madeira”.
Mónica Freitas, por seu turno, reconhece que “são resultados modestos para o PAN” e corrobora com o facto de que a existência de 14 candidaturas contribuiu, não só para a dispersão de votos e mas também para o espaço de debate atribuído às forças mais pequenas.
Ainda assim “os resultados demonstram que todos os votos contam”, reagiu a candidata do PAN.
Temos de estar no terreno e dar mais eco àquele que tem sido o nosso trabalho Mónica Freitas, PAN
Já Marta Sofia, do Livre, encara os resultados desta sondagem com “maturidade”, reconhecendo que os mesmos “reflectem o facto de esta ser uma candidatura nova”. Ainda assim a candidata mantém o “optismismo” e o foco em “garantir representatividade na Câmara para fiscalizar o poder político e garantir uma voz de ruptura”.
Em decalarações à TSF-Madeira Marta Sofia apelou diretamente aos funchalenses: “Não se deixem desmobilizar”.
Pela mesma linha enveredou Liana Reis, do RIR.
“Não é desanimador. Se nós fôssemos ligar aa sondagens já nem, existíamos”, disse, acrescentando que no terreno tem registado “muita insatisfação [em relação ao PSD]”.
Quem não acredita também em sondagens é o candidato da Nova Direita, Paulo Azevedo.
“Não acredito nestas sondagens. Mas, para nós, é bom. Nós somos um partido novo, que não tem um ano de idade na Madeira e as sondagens nos dão esses resultados é muito bom”, afirmou, mostrando-se agradado com os 0,3% do seu partido.
“Fora da Câmara já faço que faço, imagina na Câmara”, disse ainda Paulo Azevedo que ainda mantém esperança de eleger.
Valter Rodrigues, do MPT, releva por seu turno que o Partido da Terra passou de um estudo que lhes dava 0 para 05%. “Demonstra que a roleta funcionou”, afirmou o candidato, que mantém os objectivos de manter um deputado municipal e, eventualmente, eleger nas juntas de Santo António, Dão martinho e São Pedro.
“A verdade é esta: nós trabalhamos para ser eleitos”, rematou.
Refira-se que Raquel Coelho, do PTP, e Miguel Pita, do ADN, recusaram-se a comentar os resultados desta sondagem.