DNOTICIAS.PT
Artigos

A comunicação social e o poder na Madeira: um retrato que se repete

Há muito que se tornou evidente o papel que uma parte da comunicação social na Região Autónoma da Madeira tem vindo a desempenhar. Em vez de exercer o seu dever fundamental de escrutinar o poder e servir o interesse público, opta, demasiadas vezes, por alinhar com os interesses instalados, servindo como caixa de ressonância do Governo Regional e das suas estruturas políticas e económicas.

Quando se aproximam atos eleitorais, o padrão repete-se com uma previsibilidade desconcertante. As manchetes enchem-se de promessas e anúncios milionários: milhões para a agricultura, milhões para a habitação, milhões para a proteção civil. Fala-se de centenas de casas a entregar, de novos investimentos “transformadores”, de programas “sem precedentes”. Tudo estrategicamente calendarizado para criar uma sensação de progresso e abundância, cuidadosamente construída à medida do ciclo eleitoral.

Mas a realidade que o povo madeirense sente no seu dia-a-dia é bem diferente: Mais de 71 mil pessoas enfrentam exclusão social, trabalhadores lutam para sobreviver com menos de 600€ por mês, jovens sem oportunidades de emprego, uma classe média completamente endividada, serviços públicos sobrecarregados e insuficientes, etc.

Esta é a Madeira real: marcada por desigualdade, vulnerabilidade e oportunidades negadas. Uma região onde o crescimento económico não chega às mãos de quem mais precisa. E verdade seja dita, nada disto parece merecer o mesmo destaque nos jornais, sobretudo quando a verdade incomoda quem detém o poder.

O Juntos Pelo Povo (JPP) tem sido, ao longo dos anos, alvo de uma campanha de descredibilização subtil, mas constante. Sempre que o JPP levanta a voz, cresce em termos eleitorais, denuncia abusos, apresenta soluções concretas ou exige transparência, surgem “coincidências” nas manchetes e nas colunas de opinião. É o preço de quem recusa ser cúmplice do silêncio e da conveniência.

Contudo, apesar dos ataques e das tentativas de manipulação da opinião pública, o JPP continua firme. Continua a trabalhar com seriedade, responsabilidade e proximidade às pessoas, valores que nos trouxeram até aqui e que, para desgosto de alguns, fazem do JPP hoje a segunda força política na Região Autónoma da Madeira e com representação na Assembleia da República.

Verifico felizmente que ainda existe jornalismo isento que garante uma imprensa livre e a mantê-la como um pilar essencial da democracia. Mas liberdade não é submissão. É independência, é coragem, é compromisso com a verdade. Enquanto houver quem confunda jornalismo com propaganda, o JPP continuará a lembrar que o poder político não se fiscaliza com conivência, fiscaliza-se com verdade e com ética.