O apartheid à mulher de Gaza e a flotilha, os Judeus e a Palestina
Em 2007, o HAMAS, após uma guerra fratricida com a FATAH, tomou o poder em Gaza.
HAMAS, grupo político-terrorista que tem como objetivo maior, expresso na sua carta de fundação, a eliminação e a destruição do Estado de Israel. E que suporta a sua ação política nos pressupostos do Islão teocrático. Entre estes sobressai, com concretização diária, a menorização da mulher a todos os níveis, circunstância relevada no facto dos seus direitos em Gaza serem, de acordo com o Banco Mundial, inferiores aos das do Afeganistão.
HAMAS que impõe, portanto, há 18 anos, um apartheid vergonhoso à sua população feminina com idade superior a 15 anos, i.e., cerca de 650.000 mulheres. Sem que a ONU, qualquer país do mundo, partidos ou organizações não governamentais, os obrigassem a arrepiar caminho. Em especial os que o apoiavam financeiramente e suportavam as despesas do seu “pretenso Estado”.
Apoios esses que, percebeu-se tarde de mais, foram utilizados para criar um sistema militar e atacar civis israelitas, tendo o pogrom de 7 de outubro de 2023 sido o momento mais dramático de todos e o detonador (não se negue!) da atual guerra.
Fica, portanto, a pergunta, creio que legítima.
Onde andaram, nos últimos 18 anos, os (e nomeadamente AS) que agora se atiram, qual cão a bofe, aos ataques israelitas a Gaza, quando o HAMAS atacava, impiedosamente, os direitos das mulheres palestinianas?
Não quero com isto defender, onde e contra quem quer que ocorram, ataques a civis. Apesar de ter consciência de que estes foram utilizados, em muitas circunstâncias, como escudos. E nessa condição aproveitados (é o termo!) para promover a ideia de que Israel só cometia atrocidades.
Mas, repito! Onde andaram e quando organizaram flotilhas para defender os direitos das mulheres, que se vêm vilipendiadas, há 18 anos, dos seus direitos fundamentais? Onde estavam as Mortáguas, as Thunberg e as Aparícios deste mundo? E porque não as fizeram, no Mar Negro, contra o assassínio diário, há mais de 3 anos e meio, de civis ucranianos? Ou contra os genocídios, esses sim, de milhões, no Congo e no Sudão? Ou não haverá, outrossim, é uma enorme dose de antissemitismo em tudo isto?
Deixem-se de hipocrisias.
A complexidade geopolítica e sociocultural, daquela área, não se compadece com atitudes destinadas a induzir likes nas redes sociais ou a criar falsos heróis.
Desde logo, relembre-se, porque contrariamente ao que se vem omitindo à opinião pública, os judeus habitam aqueles territórios há mais de 3 mil anos, tendo ali constituído um reino (de Israel e Judá), cerca de 1.000 AC. Antes, portanto, da existência do Cristianismo e do Islamismo. Este, o último deles, que ora se proclama rei e senhor daqueles territórios.
E mais! Recorde-se que foram os judeus que combateram o ocupante Romano há mais de 2 mil anos, império este que expulsou a quase totalidade da população judaica do território e que inventou o conceito político-simbólico de Palestina (mais propriamente, Síria Palestina), de forma a romper o vínculo dos judeus com a sua terra.