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As causas continuam

O resultado das eleições autárquicas não foi o que ambicionávamos. O PAN não conseguiu representação nas autarquias onde se apresentou e é natural que isso traga desânimo a quem caminhou connosco. Mas é precisamente nestes momentos que devemos olhar para o essencial: o porquê de termos estado nestas eleições e o que nos move, mesmo perante a adversidade.

O PAN não nasceu para se moldar ao sistema, mas para o questionar. Não estamos aqui por lugares ou cargos; estamos por causas. E essas causas continuam urgentes, justas e cada vez mais necessárias.

Candidatamo-nos com a convicção de que a política precisa de uma voz diferente. Uma voz que fale pelos animais, pelo ambiente, pela justiça intergeracional e pela transparência. Fomos a votos com equipas empenhadas, sem grandes estruturas ou máquinas partidárias, mas com a força da coerência e da integridade. Fomos movidos pela esperança de mostrar que é possível fazer política de forma séria e próxima das pessoas.

Não alcançámos os resultados eleitorais que esperávamos, mas conquistámos algo que os votos nem sempre refletem: o respeito de quem acredita que há espaço e necessidade para políticas mais humanas, mais sustentáveis e mais responsáveis.

Entrámos na política não por vaidade ou ambição, mas por consciência. Por sentirmos que, perante a injustiça, a omissão não é opção. A política, para nós, é um dever cívico, uma extensão do nosso compromisso diário com a comunidade, com o planeta e com os valores em que acreditamos. E é isso que nos continuará a mover, a certeza de que, mesmo sem garantias de vitória, vale sempre a pena lutar por aquilo que é certo.

A cada pessoa que votou no PAN, deixo o nosso mais profundo agradecimento. A cada pessoa que esteve na linha da frente das nossas candidaturas, o nosso reconhecimento. Porque a coragem de se apresentar ao eleitorado com uma mensagem diferente, sabendo que os caminhos fáceis não são os nossos, é algo que deve ser valorizado.

Este é um momento de balanço, mas também de renovação. De reforçar a nossa presença nas comunidades, de escutar mais, de construir pontes e de crescer com os pés bem assentes na terra e os olhos postos no futuro.

As eleições passam, os ciclos mudam, mas o nosso compromisso permanece. Continuaremos a lutar por políticas que respeitem todos os seres vivos, que defendam a justiça social e que respondam à crise climática que tantos ainda insistem em ignorar. A política precisa de mais pessoas com coragem, sentido de justiça e vontade de servir. Vale sempre a pena levantar a voz porque cada gesto conta e cada causa merece quem a defenda. Perdemos uma batalha, mas não perdemos o rumo. As causas continuam. E nós também.