Incertezas e mais incertezas!
O meu primeiro artigo de opinião de 2024 tinha por título: “O apoio à Ucrânia não pode deixar de ser prioritário” e hoje, passado um ano, continuo a considerar que este apoio tem de continuar a ser prioritário, mas com a tomada de posse do novo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) tenho muita incerteza sobre se tal continuará a ser uma das prioridades para a nova administração americana.
Com a possível diminuição do apoio americano, que outros parceiros estarão disponíveis para aumentar o seu apoio de modo que o total não desça bruscamente? Todos os governos parecem estar a “fazer contas à vida” e muito pouco abertos a “abrir os cordões à bolsa”,
Um artigo no Expresso deste fim de semana fez as contas para o caso português, país que ainda não atingiu o objetivo, fixado em 2014 na Cimeira de Gales, de 2% do PIB para a Defesa nos países da NATO (em 2023 Portugal o gasto estava abaixo dos 1,5%). Para se atingir o objetivo de 3% que começa a ser o mais provável para o futuro próximo, a despesa em Defesa tinha que aumentar 320 € por cada português. A pergunta que necessita ser respondida é de onde virá esse dinheiro? De uma diminuição de apoios sociais? De um aumento de impostos? Ou de um aumento da dívida para as gerações futuras pagarem?
A decisão não é fácil, mas não a podemos adiar; não podemos continuar a pensar que não temos de ter capacidade de nos defender.
Muitas mais incertezas iremos ter em 2025 provocadas pela Administração Trump desde a Gronelândia, o Canal do Panamá até ao Canadá, passando pelo estado em que ficará a globalização e as guerras comerciais que se desenvolverão, mas a Natureza também nos deixa algumas incertezas para 2025.
Os recentes fogos na Califórnia mostraram que viver numa área residencial de luxo não nos protege de termos de evacuar a nossa habitação precipitadamente e, em minutos, vê-la ser consumida pelas chamas e darmos graças por termos conseguido escapar com vida (infelizmente alguns não conseguiram). Assim, cada vez mais iremos ter fenómenos naturais extremos (fogos, cheias, secas, …) em locais onde nada fazia prever que acontecessem e para os quais não estamos preparados.
Para finalizar, em 2025 os Direitos Humanos também vão estar ameaçados. Os retrocessos nas conquistas, algumas resultado de lutas de dezenas de anos, podem ser uma realidade em muitas partes do mundo. Muitas mulheres têm hoje menos direitos do que tinham as suas Avós, só para dar um exemplo.
Num ano de tantas incertezas como o de 2025 não podemos deixar de estar despertos e lutar pelos nossos valores, princípios e o nosso modo de estar no mundo.