Albuquerque diz que Manuel António "tem sempre lugar no seio do PSD-M"
Líder do partido reage ao adversário interno e considera não haver margem para um congresso extraordionário
Miguel Albuquerque insiste que não há motivo para pedir a demissão da liderança do PSD, nem margem para agendar um congresso extraordinário e desafiou Manuel António Correia a apoiar a sua candidatura, lembrando que os adversários estão fora do partido e que para o seu concorrente nas eleições internas de Março “há sempre um lugar no seio do PSD-M”.
O presidente do Governo Regional e do PSD-M reagiu ao pedido de “demissão imediata” feito esta tarde, após a aprovação da moção de censura, por Manuel António Correia. Falando à RTP, à margem de uma visita a um lar que não foi divulgada publicamente, Albuquerque disse não haver razões para demitir-se do partido.
“Não há nenhum motivo para eu pedir a minha demissão, em primeiro lugar, uma vez que fui eleito no último congresso em Março”, declarou Miguel Albquerque.
Aproveitou a oportunidade para voltar a exortar o partido a mobilizar-se em torno da sua candidatura para as eleições regionais e defendeu que o sufrágio seja “marcado o mais rapidamente possível”, considerando não haver margem para a disputa interna da liderança do PSD-M num congresso extraordinário 10 meses depois do último.
A Madeira não tem condições para estar sem orçamento e sem governo isso vem prejudicar toda a vida económica e política regional, as famílias e as empresas. O que é do interesse regional é que essas eleições sejam marcadas o mais rapidamente possível e, como isso possivelmente vai acontecer, não há timings nem razão para existir esse congresso" Miguel Albuquerque
O líder dos social-democratas madeirenses considera que “os prazos para um congresso extraordinário são incompatíveis com a celeridade exigida e que se impõe a vida pública da Região na marcação de eleições”.
Questionado pela RTP sobre se o que fará caso o adversário nas últimas eleições internas do partido reúna o número mínimo de militantes subscritores a pedir um congresso extraordinário, Albuquerque esclareceu que, à luz dos estatutos, os congressos electivos só poderão realizar-se de dois em dois anos. Acrescentou que só o Conselho Regional é que poderá, uma vez convocado para o efeito, deliberar sobre essa matéria.
Contudo, a convicção do actual líder é que os militantes estão focados nas eleições regionais e não num cenário de internas do partido. “Eu acho que a maioria dos militantes não está vocacionada para isso”, atirou.
Albuquerque relativizou, de resto, as duras críticas de Manuel António Correia que, esta tarde, considerou que Albuquerque um factor desestabilizador que, sendo “o problema não poderá ser a solução”, comparando o PSD-M a uma "comissão liquidatária".
Manuel António desafia Marcelo a permitir eleições internas no PSD antes das 'Regionais'
Manuel António Correia pediu a "demissão imediata" de Miguel Albuquerque na sequência da aprovação da moção de censura ao Governo Regional e lançou ao Presidente da República o repto para que sejam promovidas eleições regionais antecipadas numa data que permita ao PSD-M realizar, antes, eleições internas.
"O PSD parece uma comissão liquidatária", diz Manuel António
"Esta é uma questão de dignidade, do PSD, dos políticos envolvidos e da Madeira e dos madeirenses. Sendo uma questão decisiva para o nosso futuro tem de ser decidida por critérios políticos e não burocráticos", afirmou Manuel António Correia, quando questionado, na conferência de imprensa que deu esta tarde, sobre qual o prazo que deveria ser respeitado pelo Presidente da República para convocar eleições.
“Isso é a opinião dele. A minha opinião é ao contrário. Eu acho que era importante ele encetar um processo de aproximação e de conjugação de esforços no sentido de o PSD unido ganhar as eleições, porque acho que neste momento é muito mau nós entrarmos num processo de divisão interna, com eleições, porque isso vem criar divisões e fracturas no partido”, ripostou Miguel Albuquerque.
O actual líder insistiu na necessidade de obter consensos e inverteu o bico ao prego, exortando-o a mobilizar-se em prol da actual liderança. “O adversário está fora e o Manuel António tem sempre um lugar aqui, é sempre bem acolhido no seio do PSD e é isso que tem de ser feito”, afirmou Miguel Albuquerque, em declarações à RTP.