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Rangel diz que consequências da crise na Madeira tinham que ser regionais

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O vice-presidente do PSD Paulo Rangel explicou hoje que as "consequências políticas" da crise na Madeira tinham que acontecer por iniciativa dos órgãos regionais do partido por "respeito pela autonomia regional".

"Aquilo que é preciso perceber é que a autonomia regional tinha que ser respeitada e foi respeitada. O PSD não deixou de transmitir as suas posições, mas tinha que ser o PSD da Madeira e a sua liderança a tomar as decisões", respondeu quando confrontado com o silêncio do presidente do partido, Luís Montenegro, sobre a crise da Madeira.

À margem do 13.º Congresso do Livre, que decorreu no Porto este fim de semana, Paulo Rangel salientou que "as consequências políticas, os desenvolvimentos políticos, tiveram lugar, mas só podiam ter lugar por iniciativa do PSD regional".

"Eu sei que para muitos cidadãos que vivem no continente isso pode não ser uma coisa imediata ou clara, mas para os senhores jornalistas é, que é o respeito pela autonomia regional e isso obrigou a que de facto as decisões só fossem tomadas no tempo próprio e no espaço próprio", disse.

Sobre o silêncio do líder do PSD nacional nos últimos dias, o vice de Montenegro explicou que "o presidente do partido não falou porque tudo o que havia a dizer está dito e eloquentemente simbolizado pela cessação de funções do presidente do Governo Regional que se disponibilizou para ser substituído".

No entanto, ressalvou, o respeito pela autonomia regional "não muda o juízo ético que tem que se fazer, não é por ser numa região autónoma que o juízo ético muda, mas tem que ser as estruturas das regiões autónomas a tomarem as suas decisões".

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), demitiu-se na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.

O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.

Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o conselho regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo madeirense, até agora presidido por Miguel Albuquerque, à frente de uma coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo na Assembleia Legislativa.