DNOTICIAS.PT
Mundo

Netanyahu diz que acção do TIJ mostra que "não se aprendeu com Holocausto"

None

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu hoje que o desenvolvimento da "falsa" queixa de genocídio contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TJI) demonstra que "as lições do Holocausto não foram aprendidas".

No Dia Internacional da Memória do Holocausto, que se celebra hoje, o líder israelita apareceu hoje com um exemplar do livro de Adolf Hitler "Mein Kampf", que terá sido encontrado pelo exército israelita na Faixa de Gaza, dizendo que é com estes livros que "os novos nazis" educam os seus filhos.

Netanyahu disse estar "chocado" com o facto de a África do Sul ter acusado Israel de genocídio, voltando a defender que é o Hamas que quer o genocídio de Israel e dos judeus.

Para o chefe do Governo israelita, "a vontade" do TIJ de ouvir este caso "ridículo" mostra que "há muitas pessoas no mundo que não aprenderam nada com o Holocausto".

"Mas nós aprendemos (...). A principal lição do Holocausto é que só nós nos podemos defender. Ninguém o fará por nós", afirmou, citado pela agência de notícias Europa Press, acrescentando que Israel tem de ser "forte e determinado" e "ripostar".

"O Estado judaico nasceu das cinzas do Holocausto para garantir o poder de defesa do povo judeu. Ninguém nos vai tirar esse direito", sublinhou, defendendo que "não há guerra mais justa" do que a atual e "não há exército mais moral" do que as Forças de Defesa de Israel.

Na decisão divulgada sexta-feira, o TIJ anunciou que vai avançar com uma investigação às acusações de genocídio na Faixa de Gaza contra a população palestiniana perpetrado por Israel.

Paralelamente, o TIJ também decretou que Israel tem de acabar com os impedimentos à entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano --- que está cercado e a ser consecutivamente bombardeado desde o início de outubro --- e que as tropas israelitas têm de fazer tudo o que conseguirem para proteger a população palestiniana, apesar do conflito com o movimento islamista Hamas.

Sem obrigar a um cessar-fogo imediato, como pretendidiam os países queixosos, TIJ também decretou a punição do incitamento ao genocídio, uma crítica que tem sido feito a vários governantes israelitas.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e fazendo mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento islamita palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, já foram mortas mais de 26 mil pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.