Fundamentalismos vs fundamentalice
A proibição de uso das vestes recomendadas pela religião islâmica, decretada pelo Ministro da Educação francês, é uma atoarda idiota, lançada a título de “revanche” para contentar os franceses insatisfeitos com a preponderância que os islamitas vêm revelando na sociedade francesa.
Responde-se ao fundamentalismo, com uma fundamentalice, ou seja, uma tontice disfarçada com boas intenções. A bem dizer, nas escolas, como em qualquer lugar público, o que interessa é que se possa sempre identificar a pessoa, por debaixo das vestes; tirando os casos extremos da “burka” ou da nudez integral, não vejo qual é o problema de uma aluna ir mais ou menos velada para as aulas. De calções e top ou com um vestido e véu, desde que se possa identificá-la, não percebo a necessidade de impor regras de vestuário. Se revelam uma opção religiosa, nada contra, sobretudo tratando-se de um estado laico. Se um judeu ortodoxo comparecer nas aulas com as suas vestimentas e caracóis característicos, também vai ser impedido de frequentá-las?
Respeitar, sem impor, é tolerância. A minha matriz liberal diz-me ser este o caminho correto: não aceito que me digam como me devo vestir, desde que cumpra o mínimo das convenções socialmente aceites. A qualquer fundamentalismo deve-se responder com a tolerância das sociedades civilizadas que todos acolhem e de todos colhem benefícios.
De resto, sabe quem me conhece, nunca gostei de uniformes!
João Cristiano Loja