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A Nova “caranguejola”

Será que esta “caranguejola” vai aguentar os quatro anos da legislatura?

Já muito se disse sobre as eleições Regionais do passado Domingo, principalmente “os especialistas” na matéria, que surgiram de todos os cantos. A grande novidade foi a nova coligação com inclusão do PAN, com incidência parlamentar, para além do CDS. Disse Miguel Albuquerque na noite em que mentiu à população e manipulando as suas próprias palavras, quando disse que não governaria se não tivesse maioria absoluta, que realmente aconteceu nas urnas. Também disse que já tinha escolhido mais um novo parceiro, ideologicamente perto do PPD. Duas mentiras num espaço tão curto, demonstrando estar bem agarrado ao poder, ou medo que a oposição chegasse ao poder e descobrisse os podres de 47 anos de governação.

Que se saiba o PAN só fez acordos, até agora, com o PS a nível nacional, apoiando o governo da República. De um modo geral as questões da Natureza e dos animais, são mais de esquerda do que de direita, logo sem qualquer afinidade com o PPD, na Madeira e também no Continente.

Luís Montenegro e o líder do Iniciativa Liberal deixaram-se ficar pela Madeira, para orientarem os seus líderes regionais. O líder do PPD estava na sede regional do seu partido e falou antes do Miguel Albuquerque, de modo a deixar aberto o seu caminho e demonstrando que a autonomia do PPD não passa de uma ilusão. Foi ele que falou com a líder nacional do PAN e fez o arranjinho, obrigando Miguel Albuquerque a mudar de estratégia, dando o dito pelo não dito, como se de um “troca tintas” se tratasse. O Cabeça de lista do Iniciativa Liberal disse, também, durante a campanha eleitoral que não faria qualquer acordo com o PPD. Conseguiu enganar toda a gente e certamente por influência do seu líder nacional, acabou por responder ao telefonema de Miguel Albuquerque que queria manter a maioria absoluta a todo o custo, dizendo que voltaria a entrar em contacto com ele. Mais tarde Nuno Morna, queixou-se de que o Dr. Miguel Albuquerque, não tinha voltado a ligar. Eu tinha escrito, no facebook que gostaria de ver o que aconteceria se o PPD precisasse do IL, qual seria a posição do seu líder Regional. Não me enganei, porque afinal, dos partidos que tinham eleito apenas um deputado, só dois não estariam disponíveis para se coligarem com o PPD: O BE e o PCP ou CDU – coligação disfarçada de democrata.

Pensamos que, com esta atitude do PAN, esse partido desaparecerá nas próximas eleições regionais, pois, traiu o seu eleitorado.

Quanto às eleições para o meu PS, por quem me bato há 49 anos e continuarei essa luta, enquanto tiver forças para isso. Nestes mais de quarenta anos, embora tivesse discordado de muitas decisões do PS, mesmo agora nestas eleições e principalmente na lista, nunca deixei de estar disponível para essa luta. Sinto o meu partido com o coração que bate PS em cada batimento e enquanto os seus dirigentes, não sentirem esse coração batendo PS, não chegaremos a lado nenhum. A campanha foi boa, especialmente no Funchal, notando-se um grande esforço em Sérgio Gonçalves. Muitos dizem que o PS teve uma grande derrota porque perdeu oito deputados, passando de 19 para onze. Não achei o resultado assim tão mau, contando com o que se tem passado ao longo da sua história, aqui na Madeira. Há quatro anos é que o resultado foi diferente, para muito melhor, aproveitando o fenómeno Paulo Cafôfo. Vejamos as duas eleições anteriores em que Jacinto Serrão teve apenas sete deputados e Victor Freitas conseguiu o pior resultado de sempre com cinco deputados.

Acho que Sérgio Gonçalves, pessoa competente e sério, deverá continuar na liderança do PS/M, mas ouvindo mais os militantes antigos, que conhecem bem a história do PS na Madeira. Nestas eleições concluímos que os madeirenses não querem uma baixa de impostos (pagam um salário a mais do que nos Açores), não querem o Ferry, não querem aumento dos rendimentos agrícolas, nomeadamente da Banana, das uvas e da cana sacarina, não querem um aumento na subvenção de velhice, os funcionários públicos, na Madeira, não querem um aumento de 2,5% , não querem uma bolsa para todos os estudantes madeirenses universitários que estão a estudar fora, mais uma série de benesses que o PS prometera implementar.

Acho, também, que os deputados do PS que já têm direito à subvenção vitalícia deveria deixar o grupo parlamentar, dando assim, lugar aos mais novos.

Para finalizar quero chamar a atenção para o facto de já ter havido sangue na ”caranguejola” do governo e da Assembleia Regional com a saída de José Luís Nunes a quem teria sido prometido o lugar de Presidente da Assembleia Regional, mas que José Manuel Rodrigues, do CDS, aproveitou o facto da maioria ser apenas de um deputado, para “chantagear” o lugar de Presidente da Assembleia Regional. Será que esta “caranguejola” vai aguentar os quatro anos da legislatura?