O PS-Madeira teve, ontem, uma iniciativa política, integrada na pré-campanha para as eleições regionais, dedicada às questões das migrações, com especial foco, nas condições que a Madeira oferece ou deve de oferecer a quem deseja regressar. Nesse âmbito, Sérgio Gonçalves afirmou: “O objetivo do PS passa por apresentar soluções concretas para bem receber os emigrantes que continuam a regressar à Região.” Mas haverá muitos madeirenses que tenham vivido no estrangeiro e que regressam à Madeira?

A avaliação da acuidade da afirmação do presidente do PS-Madeira vai incidir, em especial, na dimensão do número de pessoas que, tendo vivido no estrangeiro, já residem na Madeira e menos aquelas que, na actualidade o fazem ou manifestam intenção de o fazer. Ainda assim, é possível dizer que, entre 2011 e 2021, saíram mais 8.710 pessoas da Região do que aquelas que entraram. Mas, desde 2018 até 2021, entraram mais 5.199 do que aquelas que saíram, o que indicia o regresso de muitas.

Centremo-nos, então, no número de portugueses que residem na Madeira, mas que já viveram no estrangeiro. Uma vez mais, socorremo-nos dos números oficiais, neste caso, resultantes censos da população de 2021.

Os números recolhidos pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, com a colaboração da DREM – Direcção Regional de Estatística da Madeira, revelam-nos que residem na Madeira 51.711 portugueses, que já viveram no estrangeiro, o que significa que viveram fora de Portugal por um período contínuo de pelo menos um ano.

Além da análise por concelho (ver quadro abaixo), impõe-se destacar a freguesia da Ribeira da Janela, onde metade da população (49,5%) já residiu no estrangeiro.

Assim, a afirmação de Sérgio Gonçalves é verdadeira. Além de haver muitos madeirenses que já residiram no estrangeiro e agora vivem na Madeira, há muitos outros que continuam a regressar.