Madeira

Três municípios da Madeira com rendimento bruto deduzido do IRS acima da média nacional

Foto Shutterstock
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"Em 2021, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo foi 10.128 € em Portugal" e embora na Região Autónoma da Madeira tenha estado bem perto (10.061 euros), registando-se três concelhos acima da média regional e, inclusive nacional, a verdade é que estamos longe dos melhores indicadores. "A Área Metropolitana de Lisboa (11.708 €), a Região de Leiria (10.367 €), a Região de Coimbra (10.351 €), a Região de Aveiro (10.307 €) e o Alentejo Central (10.243 €) foram as sub-regiões que apresentaram os rendimentos medianos mais elevados, superiores à referência nacional", podia-se ler no estudo do INE divulgado na terça-feira.

"Por outro lado, as subregiões do Alto Tâmega (8.202 €), Tâmega e Sousa (8.568 €) e do Douro (8.943 €) apresentaram os rendimentos medianos mais baixos, inferiores a 9.000 € por sujeito passivo", sendo que neste caso há dois municípios da Madeira acima dessa fasquia. Os outros cinco concelhos (há um que não tem dados disponíveis) entre mais de 8.800 e 8.700 euros.

"O retrato municipal do valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo evidenciou 69 municípios (mais um que em 2020) com valores acima da referência nacional. Neste conjunto, encontravam-se os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML), destacando-se Oeiras (14.552 €, o valor mais elevado do país), Lisboa (13.378 €) e Cascais (12.296 €). Para além dos municípios da AML, também 22 municípios do Centro, 13 do Alentejo, sete do Norte, cinco da R.A Açores, três da R.A. Madeira e Faro no Algarve, superaram o valor do país", salienta o INE.

Diz ainda a autoridade estatística que "em 2021, em 47 municípios, localizados maioritariamente nas áreas metropolitanas de Lisboa (17 em 18 municípios) e do Porto (Porto, Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia), na Região de Coimbra (Coimbra, Condeixa-a-Nova e Figueira da Foz) e nas regiões autónomas dos Açores (Ponta Delgada , Vila do Porto, Angra do Heroísmo e Horta) e da Madeira (Funchal , Porto Santo e Santa Cruz) o valor do percentil 20 e do percentil 80 do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo superavam a referência nacional".

Mais, acrescenta, "o padrão mais comum destes indicadores evidenciava 193 municípios com valores abaixo da referência nacional no percentil 20 e no percentil 80 do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo", sendo que "destacavam-se também 56 municípios em que o valor do percentil 20 foi superior ao valor nacional e o percentil 80 inferior à referência nacional indiciando situações de menor disparidade de rendimento entre os sujeitos passivos".

No que toca ao Coeficiente de Gini, "um indicador de desigualdade na distribuição que visa sintetizar num único valor a assimetria dessa distribuição", que assim "assume valores entre 0 (quando todos os sujeitos passivos têm igual rendimento) e 100 (caso todo o rendimento se concentra num único sujeito passivo)".

Desse modo, no ano em referência, "o Coeficiente de Gini do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo era de 36,1% em Portugal, evidenciando uma ligeira redução na desigualdade da distribuição do rendimento face a 2020 (36,4%)", destacando-se "as áreas metropolitanas de Lisboa (37,5%) e do Porto (36,2%), as regiões autónomas da Madeira (37,1%) e dos Açores (36,9%) e as sub-regiões contíguas do Alto Tâmega (36,9%), Terras de Trás-os-Montes (36,4%) e do Douro (36,3%) apresentaram coeficientes de Gini superiores ao valor nacional sugerindo uma maior desigualdade na distribuição do rendimento".

"Por outro lado, o Alentejo Central (31,3%) apresentou o menor nível de concentração do rendimento entre as 25 sub-regiões NUTS III do país", garante o INE. "A análise do padrão municipal do Coeficiente de Gini evidencia, com valores superiores à referência nacional, o Algarve (seis dos 15 municípios com informação disponível), a Região Autónoma dos Açores (cinco dos 16 municípios com informação disponível) e a região Norte (10 dos 85 municípios com informação disponível)".

Contudo, para além destas regiões, "verificaram-se também valores de Coeficiente de Gini superiores ao nacional em municípios da Área Metropolitana de Lisboa (Lisboa, Cascais, Alcochete e Oeiras), da Região Autónoma da Madeira (Calheta, Funchal, Ponta do Sol e São Vicente) e Coimbra, na região Centro". E acrescenta: "Note-se que nenhum município do Alentejo registou uma concentração do rendimento superior ao valor nacional, à luz do coeficiente de Gini."

Mais, reforça, "em 2021, dos 30 municípios com coeficientes de Gini superiores ao valor nacional, 12 registaram também valores medianos de rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo superiores à referência nacional", entre as quais está a capital madeirense. Lisboa, Porto, Vila do Porto, Cascais, Funchal, Ponta Delgada, Alcochete, Oeiras, Matosinhos, Vila Real, Faro e Coimbra. "O padrão mais comum na leitura conjunta destes dois indicadores evidencia 208 municípios com coeficientes de Gini e valores medianos do rendimento simultaneamente abaixo do valor do país".