Madeira

Greve dos farmacêuticos com adesão de 74% no SESARAM

Números díspares relativamente à adesão registada no continente, de 90%, devem-se a reivindicações já respondidas na Região, segundo Martinha Garcia

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Foto DR

O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) marcou, para esta segunda-feira, o início de uma jornada de luta pela valorização da carreira e actualização da grelha salarial. A nível da nacional a adesão à greve foi de 90%, mas no SESARAM ficou-se pelos 74%, segundo a directora de Farmácia do Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Martinha Garcia adiantou ao DIÁRIO que, dos 27 profissionais escalados para esta segunda-feira, 20 aderiram à greve, mas que, ainda assim, foram garantidos os serviços mínimos. Relativamente à discrepância entre os números, segundo a directora de Farmácia deve-se a conquistas que a classe conseguiu a nível regional, que ainda carecem de resposta a nível nacional.

Há 8 pontos no pré-aviso de greve do SNF. O que tem mais peso é a revisão e actualização das grelhas salariais, o vínculo efectivo ao SNS, a contagem de tempo para progressão na carreira, a adequação do número de farmacêuticos às necessidades, o reconhecimento como especialistas a quem a Ordem já concedeu o título. Tudo isto na Madeira nós já temos. Temos farmacêuticos suficientes, as condições de trabalho são muitos boas, está assegurado o circuito integrado do medicamento. Há cinco pontos que nós já garantimos e isso marca uma diferença muito grande em relação ao continente e também aos Açores, porque o Governo Regional dos Açores assinou o protocolo com o Sindicato, mas não o implementou. Aqui foi implementado. Martinha Garcia, directora de Farmácia do Hospital Dr. Nélio Mendonça

A Directora de Farmácia do Hospital Dr. Nélio Mendonça garante que os farmacêuticos estão junto dos doentes, mas mostra solidariedade para com os colegas do continente e entende que esta é uma luta justa. “É um direito justo lutar pela revisão de uma carreira que não mexe desde 1999. É a carreira mais antiga sem revisão”, colmata.

“Não temos motivos para que os farmacêuticos não adiram”

O presidente do SNF, ao final da tarde hoje, apontava a adesão à greve, a nível nacional, a fixar-se novamente nos 90% “porque não havia, infelizmente, motivos para baixar o número”, relativamente à paralisação do mês passado. Ao DIÁRIO, Henrique Reguengo condenava não haver abertura para a negociação das grelhas salariais dos farmacêuticos, quando vão ser apresentadas novas grelhas para os médicos.

O sindicalista alerta para o degradar da carreira de farmacêutico hospitalar, porque “quando o Governo resolver olhar para a situação será tarde demais”. Continuando a não haver acordo entre Sindicato e Ministério, Henrique Reguengo prevê que haja um abandono dos farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde e “qualquer dia não temos pessoas com experiência para ensinar as novas gerações. Nas análises clínicas e na genética já é dramática a situação que se vive.”

A nova ronda de protestos, hoje iniciada, estende-se por Setembro, com paralisações nacionais e por distritos, com a próxima greve que abarca a Região Autónoma da Madeira marcada para 5 de Setembro.