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Mais de 100 migrantes foram resgatados na costa da Tunísia

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Mais de 100 migrantes foram resgatados de dois barcos que estavam a afundar na costa de Sfax, no leste da Tunísia, declararam hoje as autoridades tunisinas.

A Guarda Nacional da Tunísia referiu, numa mensagem publicada na rede social Facebook, que 108 pessoas foram socorridas em duas operações de resgate no mar.

As autoridades da Tunísia referiram que houve resistência durante o resgate do segundo grupo. Um homem ameaçou os agentes com uma arma branca e outro espalhou gasolina na embarcação.

Os envolvidos no incidente foram controlados e detidos pelas autoridades da Guarda de Fronteira e o Ministério Público tunisino abriu uma investigação sobre o caso.

A União Europeia (UE) e a Tunísia assinaram no domingo um acordo estratégico para combater a migração irregular que inclui, entre outros aspetos, o reforço dos controlos de fronteira e o reforço da luta contra o tráfico de seres humanos.

O pacto fornece assistência financeira significativa da UE à Tunísia para enfrentar os desafios relacionados à migração irregular e faz parte de uma "parceria estratégica" que também abrange aspetos económicos, comerciais e ambientais.

Após o anúncio, o Presidente da Tunísia, Kais Saied, afirmou que "o povo tunisino ofereceu generosamente aos migrantes tudo o que podiam oferecer, sem limites" e acusou as organizações não-governamentais de "falharem no seu dever humanitário, o que levou a mal-entendidos e deturpações com o objetivo de prejudicar a imagem da Tunísia e do seu povo".

A Tunísia tornou-se nos últimos anos um dos principais pontos de partida para os navios que tentam chegar às costas europeias. Embora a maioria dos migrantes que embarcam nesta jornada seja da África subsaariana, houve um aumento no número de tunisinos que tentam fugir do país à medida que se aprofunda a crise económica e política.

As autoridades tunisinas deportaram recentemente mais de 1.200 subsaarianos de Sfax devido às tensões entre grupos de migrantes e residentes da cidade, que provocaram vítimas nos dois lados.

A decisão foi criticada por organizações civis.