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Jack Teixeira declara-se inocente no caso de fuga de informação do Pentágono

Foto Stefani REYNOLDS/AFP
Foto Stefani REYNOLDS/AFP

Jack Teixeira, o militar norte-americano suspeito da fuga de documentos secretos dos EUA, declarou-se esta quarta-feira inocente das acusações criminais federais.

Em 15 de junho, o Departamento de Justiça referiu, em comunicado, que Teixeira, lusodescendente de 21 anos que era membro da Guarda Nacional, enfrenta seis acusações de "retenção intencional e transmissão de informações classificadas relacionadas com a defesa nacional".

Cada acusação é punível com até 10 anos de prisão, noticiou a agência Associated Press (AP).

Algemado e a utilizar um uniforme laranja da cadeia, Teixeira sorriu para a família presente na audiência que decorreu no tribunal federal de Worcester, no Estado do Massachusetts, tendo-se declarado inocente após o juiz ter lido cada acusação.

O juiz também negou um pedido da defesa para reconsiderar a sua prisão preventiva.

A família de Teixeira realçou, em comunicado divulgado esta quarta-feira antes da audiência, que "continua empenhada como sempre" em apoiá-lo e a aguardar que tenha "o tratamento justo que merece".

Jack Teixeira está detido desde abril e, no mês passado, um juiz decidiu manter o militar detido, enquanto aguarda julgamento, alegando que libertar o militar representaria um risco de fuga ou de obstrução à justiça.

O lusodescendente é acusado de ter distribuído num fórum de discussão da rede social Discord documentos confidenciais de defesa, nomeadamente sobre a guerra na Ucrânia ou a espionagem de países aliados, fugas que envergonharam Washington.

Teixeira ingressou na Guarda Nacional em setembro de 2019 e estava autorizado a aceder a informações ultrassecretas desde 2021.

O Departamento de Justiça estima que Teixeira começou a guardar e partilhar os dados confidenciais em janeiro de 2022, disseminando as informações de duas formas: por escrito através daquela plataforma, ou com imagens dos documentos em que se podia ler a classificação de sigilo ou ultrassecreto.

Alguns analistas compararam o potencial impacto desta fuga de informação com aquele causado em 2013 por Edward Snowden, quando expôs o alcance dos programas de espionagem em massa que os Estados Unidos lançaram após os ataques de 11 de setembro de 2001.