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Fenprof estima que greve tenha impedido realização de cerca de 15 mil provas

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Foto Global Imagens

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estima que a greve de docentes tenha impedido hoje a realização de cerca de 15 mil provas de aferição do 2.º ano em centenas de escolas.

Depois da prova de Português na quinta-feira, hoje foi a vez de os alunos do 2.º ano serem avaliados a Matemática, mas muitas acabaram por não se realizar devido à paralisação para a qual não tinham sido decretados serviços mínimos.

Em comunicado, a Fenprof, que integra a plataforma de nove organizações sindicais que convocou a greve aponta que cerca de 15.000 alunos não fizeram a prova, à semelhança do que já tinha acontecido na semana passada.

Para a federação, a adesão registada nos dois dias confirma "que os professores, tal como afirmam, não estão dispostos a parar a luta".

"Houve ainda casos em que a não realização das provas decorreu de problemas técnicos e também da decisão de pais que, discordando destas provas, não permitiram que os seus filhos e educandos as realizassem", acrescenta o comunicado.

Este ano as provas de aferição realizaram-se em formato digital por todos os alunos, incluindo os mais novos. A medida tem sido contestada por professores, diretores e pais, que consideram que as crianças não têm ainda autonomia suficiente para aquele formato. 

Além da greve às provas de aferição, a plataforma sindical tem também em curso uma greve às provas finais do 3.º ciclo e aos exames nacionais do ensino secundário, que começaram na segunda-feira, estas com serviços mínimos.

Os professores estão em greve pela recuperação do restante tempo de serviço que esteve congelado, e que corresponde a seis anos, seis meses e 23 dias.

Durante a manhã de hoje, o secretário-geral da Fenprof já tinha afirmado que, na ausência de respostas do Ministério da Educação para os problemas dos professores, a luta dos professores vai manter-se no próximo ano letivo.

"O próximo ano letivo será do género deste ou até mais [intenso]. Aconteceu de tudo este ano: manifestações, greves, acampamentos, caravanas, concentrações. O que ficou a faltar foi respostas e soluções por parte do Ministério", disse Mário Nogueira à agência Lusa junto à Escola Básica Nuno Álvares, em Carregal do Sal, no distrito de Viseu, onde ficaram por realizar mais de 300 provas.