Madeira

Cem dádivas, "sem dúvidas"

José Carlos Fernandes Marques partilha o testemunho de quem já deu sangue 102 vezes

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Foto DR

O homem de 58 anos foi um dos cinco dadores homenageados, ontem, pelo Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do SESARAM

Conforme noticiou o DIÁRIO na sua edição impressa de hoje, 15 de Janeiro, em 2022 a Madeira contabilizou 5.935 dádivas de sangue (mais 343 do que no ano anterior) e enviou 125 unidades para o continente. Número que este ano quase que duplicou, tendo sido enviadas 247 unidades de sangue nos primeiros seis meses de 2023.

Ontem, na habitual homenagem aos dadores, que assinalou o Dia Mundial do Dador de Sangue, o director do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do SESARAM, Bruno Freitas, realçava a importância dos dadores regulares no sentido de manter a sustentabilidade das reservas de sangue na Madeira.

Tal só é possível quando pessoas como José Carlos Fernandes Marques se comprometem com este “acto voluntário, benévolo e altruísta”, que pode salvar vidas.

O homem de 58 anos foi um dos cinco dadores agraciados, ontem, com medalha dourada por terem realizado 100 ou mais dádivas de sangue, juntamente com Amândio Rodrigues Pateca, José António Gonçalves, José Manuel Gomes de Mendonça e José Saul de Nóbrega.

303 dadores de sangue são amanhã homenageados pelo SESARAM

Em 2022, foram atingidas as 5.935 dádivas

No caso de José Marques foram precisamente 102 dádivas... até agora. Isto porque, conforme manifestou em conversa com o nosso matutino à margem da cerimónia, no Jardim Municipal do Funchal, "enquanto puder" vai "continuar sempre a dar sangue". Algo que faz a cada três meses, "sem dúvidas".

As dádivas são, por norma anónimas, no espírito do "fazer o bem, sem olhar a quem", mas para José Marques tudo começou com um gesto de amizade.

"Comecei a dar [sangue], porque um colega meu de trabalho pediu-me para o pai, que tinha tido um acidente e precisava de uma transfusão. E eu disse, sim senhor, a partir de agora vou começar a dar sangue", conta.

O pai do amigo de José faleceu entretanto, mas graças à sua dádiva conseguiu recuperar-se do acidente e, com humildade, o dador confidencia que dar aquela ajuda foi para si "uma grande satisfação".

"Ele precisava de sangue e deitei-lhe a mão", sublinha, sem esconder também o orgulho.

Eu vou-lhe dizer: tenho um orgulho de dar sangue José Carlos Fernandes Marques

José apela, de resto, à solidariedade de todos que queiram torna-se também dadores. 

"A gente gosta de ajudar-se uns aos outros, basta dirigirem-se ao Banco de Sangue [do Hospital Dr. Nélio Mendonça]", indica. Note-se que  11% das 5.935 colheitas realizadas pelo Serviço de Medicina Transfusional, em 2022, foram de novos dadores, conforme apontou ontem Bruno Freitas.

Podem dar sangue todas as pessoas saudáveis, com idade superior a 18 anos, com mais de 50 quilos e que tenham hábitos e estilos de vida.

Para esclarecer quaisquer dúvidas consulte a informação disponibilizada abaixo:

Refira-se ainda que a propósito do Dia Mundial do Dador de Sangue, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde lançaram uma nova campanha para sensibilizar a população para a importância de reforçar a dádiva de sangue.

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