Madeira

Estudo nacional sobre violência no namoro conta com o testemunho de 303 jovens madeirenses

No todo Nacional participaram 5.916 jovens, dos quais 66,5% respondeu já ter tido ou ter uma relação. 65,2% reportou ter experienciado violência no namoro

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Violência psicológica e controlo são as duas formas de violência mais reportadas pelos jovens inquiridos

A UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta divulgou esta terça-feira, 14 de Fevereiro, Dia de São Valentim, o seu Estudo Nacional da Violência no Namoro, que contou com a participação de 5.916 jovens de todo o País, incluindo 303 da Região Autónoma da Madeira.  

O documento indica que 66,5% dos inquiridos já teve ou tem uma relação, dos quais 65,2% reportou ter experienciado violência no namoro, com destaque para a violência psicológica (45,1%), o controlo (44,6%), a perseguição (23,3%), a violência através das redes sociais/internet (21,2%), a violência sexual (14,9%) e a violência física (12,2%).

Em conferência de imprensa realizada esta manhã a coordenadora do núcleo da Madeira da UMAR, Joana Martins, afirmou que os "indicadores, de um modo geral, apresentam números preocupantes entre os jovens, nomeadamente quanto a comportamentos de violência psicológica e de controlo".

No total, 1.771 jovens, - dos quais 48,5% do género feminino, 39,8% do género masculino e 70,7% de outras identidades -, reportaram já ter vivenciado algum dos indicadores de violência psicológica questionados. Já 1.752 dos inquiridos, - entre eles 46,4% do género feminino, 41,3% do género masculino e 74,1% de outras identidades -, apontaram já ter experienciado algum dos indicadores de controlo questionados.

Mais de 75% dos casos de violência doméstica começou no namoro

Os dados são da Associação Presença Feminina, que no ano de 2022 acompanhou 114 vítimas de violência doméstica na Madeira

Após dois anos de interregno devido à pandemia da covid-19, o estudo realizado desde 2017, contou com uma actualização do método utilizado para recolha e análise de dados. Pela primeira vez, passam a estar categorizados, além do género 'feminino' e 'masculino', 'outras identidades'. 

Os resultados deste estudo apontam para a importância da prevenção primária da violência de género em contexto escolar e desta ser desenvolvida de uma forma holística, sistemática e continuada, de modo a consciencializar crianças e jovens para a desconstrução da violência e para o desenvolvimento de relações interpessoais de namoro e de intimidade saudáveis. UMAR 

O estudo nacional sobre a violência no namoro conta com o testemunho de jovens do 7.º ao 12.º ano de escolaridade do ensino regular ou profissional, entre os 11 e os 25 anos. As escolas a participar são seleccionadas aleatoriamente em todos o País. 

O questionário, aprovado pelo Ministério da Educação, é constituído por 15 perguntas agrupadas por seis categorias de formas de violência.

O Estudo Nacional da Violência no Namoro é realizado no âmbito programa ART’THEMIS+, Jovens Protagonistas na Prevenção da Violência e na Igualdade de Género, implementado desde 2004 UMAR.