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Exército cercou casa do líder do Hamas em Gaza

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou ontem que o Exército israelita cercou a casa de Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza, na sequência da ofensiva terrestre na cidade de Khan Younis, no sul do enclave.

"As nossas forças podem chegar a qualquer lugar na Faixa de Gaza. Agora cercaram a casa de Sinwar", frisou o chefe do Governo, numa mensagem em vídeo.

Netanyahu acrescentou que embora o líder do Hamas esteja escondido e não esteja em casa, "é apenas uma questão de tempo" para que Israel o apanhe.

As forças israelitas expandiram a sua operação militar em direção ao sul da Faixa, desde o fim da trégua com o Hamas na sexta-feira, descrevendo a operação como "a terceira fase" da guerra.

Nos últimos dias, as forças terrestres avançaram para sul, tendo como principal objetivo a cidade de Khan Younis, considerada reduto do Hamas e local de origem de Sinwar e do chefe das Brigadas Al Qasam [o braço armado do grupo islâmico], Mohamed Deif.

Israel acredita que ambos podem estar escondidos nesta cidade, em túneis subterrâneos onde também podem estar em cativeiro os cerca de 138 reféns - cerca de quinze destes mortos - que permanecem nas mãos do Hamas em Gaza.

"Estamos a pressionar para permitir que a Cruz Vermelha visite os nossos reféns. Para isso, falei hoje com a presidente da Cruz Vermelha e disse-lhe para ir ao Qatar, já que está provado que tem influência sobre o Hamas", sublinhou Netanyahu, apelando também para que sejam fornecidos cuidados médicos aos reféns.

Nesta fase, continuam os intensos combates na Faixa de Gaza, depois de Israel ter assegurado esta terça-feira que está a realizar confrontos "mais intensos" contra os militantes palestinianos desde o início da sua operação terrestre, em 27 de outubro.

A 07 de outubro, combatentes do Hamas -- classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo mais de 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre.

As operações militares israelitas já provocaram mais de 16 mil mortos na Faixa de Gaza, 70% dos quais mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde tutelado pelo Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.