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Rússia e Irão assinam declaração conjunta contra sanções ocidentais

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A Rússia e o Irão assinaram hoje uma declaração conjunta contra as sanções ocidentais, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, durante uma reunião realizada em Moscovo com o seu homólogo iraniano, Hossein Amir-Abdollahian.

"Acabamos de assinar uma declaração sobre as formas e os meios de neutralizar, mitigar e compensar as consequências negativas das medidas coercivas unilaterais", disse o chefe da diplomacia russa, citado pela agência de notícias Interfax.

Lavrov, que não deu detalhes sobre este acordo, descreveu-o como "um passo importante para aprofundar a coordenação dos esforços da comunidade internacional com o objetivo de superar as sanções ilegais com as quais os Estados Unidos e os seus aliados substituem a diplomacia".

A Rússia tornou-se o país mais sancionado do mundo após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, estando sujeito a um total de 14.022 medidas coercitivas, das quais 11.327 foram impostas após a entrada de tropas russas em território ucraniano.

O Irão tmabém está sujeito a um grande número de sanções impostas por vários governos e organizações internacionais, que acusam Teerão de apoiar o terrorismo e de atacar navios norte-americanos no Golfo Pérsico, assim como condenam o programa iraniano de enriquecimento de urânio, que teria como objetivo a criação de armas nucleares.

Após o fracasso do acordo nuclear iraniano de 2015, que deveria dar a Teerão uma pausa nas sanções, a pressão ocidental aumentou.

O encontro entre os dois ministros dos Negócios Estrangeiros decorreu à margem da reunião ministerial dos países do Mar Cáspio, realizada hoje em Moscovo, e na véspera da visita que o Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, fará à capital russa para se reunir com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Raissi vai chegará a Moscovo acompanhado de uma "delegação económica e política", segundo a agência de notícias oficial IRNA.

As relações entre o Irão e a Rússia fortaleceram-se nos últimos dois anos, desde o início da guerra na Ucrânia, em questões económicas, uma vez que ambos os países enfrentam sanções económicas por parte dos Estados Unidos, mas também em questões políticas e militares.