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PAN quer ouvir possíveis soluções do Presidente da República

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A porta-voz do PAN apontou hoje que vai aguardar para ouvir as soluções que estão a ser equacionadas pelo Presidente da República para o futuro político do país e recusou "comprometer a discussão" do Orçamento do Estado.

"O PAN vai aguardar a chamada do senhor Presidente da República para ouvir o que Marcelo Rebelo de Sousa tem a dizer aos partidos (...) e vamos também aguardar pelo Conselho de Estado. Mas todas as forças políticas e todas as instituições têm o dever de pôr o superior interesse do país e das pessoas à frente dos interesses e das querelas políticas", afirmou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, após o anúncio da demissão do primeiro-ministro.

A líder do PAN quer ouvir especificamente "as soluções que Marcelo Rebelo de Sousa possa ter em cima da mesa além da possibilidade de dissolução da Assembleia da República".

"O PAN quer primeiro perceber o que está em mente para o Presidente da República, mas é com preocupação que vemos, em plena discussão do Orçamento do Estado, estarmos a ir novamente para um cenário de eleições. Os portugueses precisam de respostas agora", defendeu, considerando que "não é tempo de estar a ter uma solução que possa comprometer esta discussão".

A porta-voz indicou que o PAN vai reunir a Comissão Política Nacional para "tomar uma decisão consolidada" sobre o tema, após ouvir o chefe de Estado, e sustentou que "os portugueses não querem instabilidade política".

Inês de Sousa Real disse não querer o país a funcionar "em duodécimos" nem "com o PRR por executar" e apelou a "uma ponderação" por parte do Presidente da República.

Assinalando que está a decorrer no parlamento a discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano, Inês de Sousa Real lamentou a existência de uma "crise política com esta dimensão".

"Tem que haver um compromisso suprapartidário e um esforço de todas as forças políticas para chegarmos a um consenso. Este tem de ser um orçamento, se calhar pela primeira vez, que seja de facto da Assembleia da República, das várias forças políticas", defendeu.

A deputada propôs um "pacto entre todos os partidos para garantir uma estabilidade mínima para os portugueses", por forma a evitar uma nova crise financeira.

A deputada única do PAN lamentou ainda a demissão do primeiro-ministro, mas admitiu que não havia condições para se manter no cargo, e destacou que, ao fazê-lo, António Costa "colocou a preservação da instituição, da figura do primeiro-ministro, à frente dos seus interesses pessoais".

O primeiro-ministro, António Costa, pediu hoje a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

O Presidente convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.

Numa declaração no Palácio de São Bento, António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário".