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A Guerra Mundo

Peritos da ONU apelam a cessar-fogo em Gaza face a risco de "genocídio"

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Sete peritos da ONU apelaram hoje a um cessar-fogo em Gaza, alertando para o risco de "genocídio e catástrofe" no território, alvo de operações de Israel contra o movimento islamita Hamas.

"Estamos convencidos que o povo palestiniano está em grave risco de genocídio", insistiram os especialistas, acrescentando que "os aliados de Israel também têm uma responsabilidade e devem agir para evitar este desenvolvimento desastroso".

Vários técnicos da ONU, incluindo a relatora especial da ONU para os Territórios Ocupados Palestinianos, Francesca Albanese, manifestaram também "frustração profunda" com a recusa de Israel em "dizimar uma Faixa de Gaza cercada".

Assinaram também o comunicado os analistas da ONU para a Liberdade de Expressão (Irene Khan), Contra o Racismo (Ashwini K.P.), sobre o Direito à Alimentação (Michael Fahri), à Água (Pedro Arrojo), à Saúde Mental (Tlaleng Mofokeng) e para as Pessoas Deslocadas Internamente (Paula Gaviria).

O bombardeamento do campo de refugiados de Jabalya, no norte da Faixa de Gaza, na terça-feira, que causou dezenas de mortos, "é uma violação flagrante do direito internacional e um crime de guerra", consideraram os analistas.

"Atacar um campo onde se encontram civis, incluindo mulheres e crianças, é uma violação flagrante dos direitos humanos", lamentaram os especialistas.

Os analistas sublinharam ainda que as imagens recentes de palestinianos desesperados a roubar bens humanitários dos armazéns da ONU, a beber água do mar ou a serem operados sem anestesia "mostram que atingimos um ponto de rutura" em termos das necessidades humanitárias.

Os peritos da ONU apelaram igualmente aos militantes do Hamas e a outros grupos armados para libertarem os reféns detidos a 07 de outubro, sublinhando que "todas as partes devem respeitar as suas obrigações em matéria de direito internacional e de direitos humanos".

O movimento islamita Hamas lançou no dia 07 de outubro um ataque surpresa contra Israel, com o lançamento de milhares de mísseis e a incursão de milicianos armados.

Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas na Faixa de Gaza que identificou como pertencendo ao Hamas impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está "em guerra" com o Hamas.