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Wall Street encerra pior semana do ano com receios de recessão económica

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A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, e o Dow Jones, o principal indicador, caiu 0,45%, com Wall Street a terminar a pior semana do ano afetada pelos receios de uma recessão económica global.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 139,40 pontos, para 30.822,42 pontos, enquanto o seletivo S&P 500 caiu 0,72%, para 3.873,33 pontos.

O Nasdaq Composite Market, que reúne as principais empresas de tecnologia, foi a que perdeu mais ao cair 0,90%, para 11.448,40 pontos.

No final da semana, o S&P 500 caiu 4,8%, registado a sua pior semana desde 17 de junho, enquanto o Dow perdeu 4,1%, na sua pior semana desde 26 de agosto.

A maior queda foi para o Nasdaq, que baixou 5,5%, na sua pior semana desde 10 de junho.

As quebras são surpreendentes, tendo em conta que as ações dos EUA estavam a seguir um padrão de alta no início deste verão.

Os investidores, no entanto, que esperavam que a recuperação registada a meio do verão fosse o início de uma nova recuperação do mercado, assustaram-se quando os dados de terça-feira confirmaram que a inflação continua alta.

O mercado receia que a Reserva Federal (Fed) dos EUA tenha que continuar a aumentar as taxas de juro de forma agressiva, o que pode levar a economia dos EUA à recessão.

"Com base nos resultados do mercado desta semana, não há dúvida de que os investidores estão a ir de fim de semana, primeiro, muito preocupados com a economia dos EUA olhando para o equilíbrio deste ano, e, segundo, com todos os olhos focados na ação do Fed na próxima semana", salientou Greg Bassuk, CEO da AXS Investments.

Por outro lado, a queda de hoje foi impulsionada em parte pelo anúncio da gigante do transporte de encomendas FedEx de que irá realizar cortes, despedimentos e encerrar 90 escritórios devido a uma queda no volume global de encomendas.

Depois de anunciar na quinta-feira resultados trimestrais piores do que o esperado, a empresa caiu 21,40% hoje, depois da baixa de mais 13% no dia anterior.

Em comunicado ao canal CNBC, o diretor executivo da FedEx, Raj Subramaniam, juntou-se às vozes que preveem uma recessão internacional.

"Os mercados continuam agitados", realçaram os analistas da Schwab, considerando que a atual situação "foi exacerbada pelo quadro terrível pintado pela FedEx".

"O aviso da FedEx foi um fator importante hoje", alertou, por sua vez, Tom Cahill, da Ventura Wealth Management.

Cahill referiu que a este anúncio somam-se "uma série de indicadores macroeconómicos sem brilho", incluindo as vendas no mercado grossista na quinta-feira, que caíram 0,3% num mês, ao serem excluídas as vendas de carros e peças de reposição.

"A tendência dos dados está a ir na direção errada. Parece que os consumidores estão começando a diminuir os seus gastos", frisou ainda.

Por setores, o vermelho o dominou e as maiores perdas foram para energia (-2,17%) e industrial (-2,53%).

Os dois únicos setores que fecharam em verde foram bens essenciais (0,25%) e imobiliário (0,03%)

Entre as 30 empresas listadas no Dow Jones, chamaram a atenção as perdas da Boeing (-3,67%) e da Chevron (-2,6%), enquanto no outro extremo destacaram-se os ganhos da Home Depot (1,63%) e da Johnson & Johnson (1,53%).