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Macron agradece à Argélia por ajudar a diversificar abastecimento de gás à Europa

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, saudou hoje a ajuda da Argélia para "diversificar" o fornecimento de gás à Europa, aumentando as exportações para Itália, e rejeitou a ideia de que França esteja em concorrência com os italianos.

"Não estamos em concorrência com a Itália" sobre o gás argelino, disse Macron em declarações à imprensa no segundo dia de uma visita de Estado à Argélia, sublinhando o "baixo peso do gás no 'mix' energético" da França.

Pelo contrário, disse, "agradeço à Argélia" por ter aumentado os volumes injetados no gasoduto que abastece a Itália.

"É bom para a Itália, é bom para a Europa e melhora a diversificação da Europa", anteriormente demasiado dependente do gás russo, prosseguiu o chefe de Estado francês.

Macron disse que a França quer sim, "a longo prazo, consolidar a parceria entre a TotalEnergies e a Sonatrach", a companhia estatal argelina de petróleo e gás.

Numa cimeira argelina-italiana, em meados de julho, foi anunciado um grande contrato de "partilha de produção" entre os gigantes italianos Eni, a norte-americana Occidental e a francesa Total, no valor de quatro mil milhões de dólares (aproximadamente o mesmo valor em euros, ao câmbio atual).

Além disso, Argel tinha anunciado um novo aumento até ao final do ano nas suas entregas, através do gasoduto Transmed, de gás a Itália, país do qual se tornou o primeiro fornecedor à frente da Rússia, após a invasão da Ucrânia.

A Argélia é o maior exportador de gás de África e fornece cerca de 11% do gás consumido na Europa.

O Presidente francês, que chegou à Argélia na quinta-feira, procura também nesta visita reforçar as relações bilaterais, marcadas durante o último ano por atritos contínuos e reprovações sobre o passado colonial.

A visita coincide com o 60.º aniversário da independência da Argélia.

A este propósito, Emmanuel Macron afirmou aos jornalistas que a procura da "verdade" e "reconhecimento" é mais importante do que o "arrependimento" nas questões da colonização e da guerra argelina que afetam a relação entre Paris e Argel.

Esta é a segunda visita do Presidente francês ao país e a primeira durante o mandato do seu homólogo argelino, Abdelmadjid Tebboune -- eleito em dezembro de 2019 -- que o recebeu à chegada ao aeroporto, na quinta-feira, e com quem se reuniu logo nesse dia, estado previsto mais um encontro para hoje.