A Guerra Mundo

Zelesnky promete resposta aos ataques russos junto à central nuclear de Zaporijia

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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, garantiu esta quarta-feira que as forças militares e de justiça ucranianas vão responder aos bombardeamentos russos nas proximidades de central nuclear de Zaporijia, indicando que 43.000 militares russos já morreram no conflito.

"As Forças Armadas da Ucrânia, a nossa inteligência e as nossas instâncias judiciais não deixarão sem resposta o bombardeamento russo de hoje [quarta-feira] na região de Dnipropetrovsk", assegurou o chefe de Estado ucraniano.

As autoridades ucranianas acusaram esta quarta-feira as forças russas de bombardeamentos nas proximidades de central nuclear de Zaporijia, que terão vitimado 14 civis.

O governador da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznitchenkoa, disse através da rede social Telegram que um ataque russo na última noite com vários mísseis Grad teve como alvo a cidade de Marganets, em frente à central de Zaporijia, na outra margem do rio Dnieper, e também a vila de Vychtchetarassivka.

Zelensky referiu também, no seu vídeo diário noturno dirigido à nação, que esta "manifestação regular do terror russo", tal como os ataques a Mykolaiv e Kharkiv, prova "mais uma vez que é necessário aumentar a ajuda militar à Ucrânia".

"Quanto mais poderosas forem as nossas armas e quanto maior for o alcance do seu uso, mais cedo esta guerra cruel terminará", referiu.

O governante ucraniano apontou ainda que quase 43.000 soldados russos já morreram no conflito, número que ainda "não convenceu" a liderança russa a encontrar uma "saída para a guerra".

"Quanto mais perdas os ocupantes sofrerem, mais cedo poderemos libertar a nossa terra e garantir a segurança da Ucrânia. Se quase 43.000 soldados russos mortos não convencem a liderança russa de que eles precisam encontrar uma saída para a guerra, então são necessários mais combates, mais resultados são necessários para os convencer", frisou Volodymyr Zelensky.

A região de Dnipropetrovsk tem recebido refugiados do Donbass, mais a leste, epicentro da ofensiva russa no sudeste da Ucrânia.

Oleksandre Staroukh, o governador ucraniano da região vizinha de Zaporijia, parcialmente controlada pelas forças russas, relatou também esta quarta-feira que um ataque russo matou um morador de 52 anos.

O grupo dos países mais industrializados (G7) acusou esta quarta-feira Moscovo de "pôr em perigo" a região ucraniana em torno da central nuclear de Zaporijia, ocupada por forças russas, e exigiu que as tropas deixem a infraestrutura.

Num comunicado emitido pela Alemanha, que detém atualmente a presidência do G7, o grupo refere que "é o controlo da Rússia sobre a central que coloca a região em risco", e que "o pessoal ucraniano que opera a central nuclear de Zaporijia deve poder desempenhar as suas funções sem ser ameaçado ou pressionado".

A central nuclear de Zaporijia, no sudeste na Ucrânia, tem motivado acusações mútuas entre Moscovo e Kiev, cada um afirmando que o lado opositor bombardeou as instalações nucleares na semana passada, sem que nenhuma fonte independente pudesse confirmar.

Na terça-feira à noite, o operador ucraniano, Energoatom, alegou que as forças russas estavam a preparar a ligação da central à Crimeia, uma península ucraniana anexada por Moscovo em 2014, e estavam a danificá-la ao realizar esta reorientação da produção de eletricidade.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU confirmou que 5.327 civis morreram e 7.257 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 160.º dia, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.