Mundo

Agência reguladora do Brasil cria comité técnico de emergência da Monkeypox

None

A agência reguladora de medicamentos do Brasil vai criar o Comité Técnico da Emergência da Monkeypox para analisar a pesquisa clínica, de registo, de boas práticas de fabrico, de farmacovigilância e de terapias avançadas, anunciou hoje o organismo.

Em comunicado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) frisou que "a atuação do Comité permitirá ações coordenadas e céleres para salvaguardar a Saúde Pública, reunindo as melhores experiências disponíveis nas autoridades reguladoras, permitindo acelerar o desenvolvimento e as ações que envolvem pesquisas clínicas e autorização de medicamentos e vacinas".

A equipa técnica atuará com orientações sobre protocolos de ensaios clínicos e discutindo com os investigadores orientações sobre ensaios clínicos de medicamentos destinados a tratar, prevenir ou diagnosticar a doença.

Segundo a Anvisa, o objetivo dessas orientações para investigadores, incluindo académicos, é permitir a rápida aprovação e condução de testes bem projetados, para que possam fornecer dados robustos necessários para permitir a tomada de decisões e evitar a duplicação de investigações.

O Brasil acumula 978 casos confirmados de Monkeypox, a grande maioria deles no estado de São Paulo, onde foi registado o primeiro contágio do país há pelo menos de dois meses, anunciou hoje o Ministério da Saúde do país sul-americano.

Mais de 18.000 casos de Monkeypox foram detetados em todo o mundo desde o início de maio passado, fora das áreas endémicas de África.

A doença foi relatada em 78 países até agora e 70% dos casos estão concentrados na Europa e 25% nas Américas, disse o responsável da OMS.

Cinco pessoas morreram da doença (todas em África) e cerca de 10% dos casos exigem internamento hospitalar para tentar aliviar a dor dos pacientes.

A vacina contra a varíola, assim como antivirais e a imunoglobulina 'vaccinia' (VIG), podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox, uma doença rara.

A doença, que tem o nome do vírus, foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, depois de o vírus ter sido detetado em 1958 no seguimento de dois surtos de uma doença semelhante à varíola que ocorreram em colónias de macacos mantidos em cativeiro para investigação - daí o nome "Monkeypox" ("monkey" significa macaco e "pox" varíola).