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Quatro casos suspeitos em Portugal de hepatite de origem desconhecida

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Portugal tem quatro casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças, com idades entre os 7 meses e os 8 anos, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS), adiantando que nenhuma apresentou complicações graves, tendo recuperado do quadro clínico.

Os quatro casos suspeitos foram identificados nas regiões de saúde do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo e todos testaram negativo para hepatite A, B e C e para o vírus SARS-CoV-2, aguardando-se ainda resultados para a hepatite E em duas situações, revela a DGS em comunicado.

Segundo a autoridade de saúde, um dos casos já testou positivo para adenovírus, tendo a amostra sido enviada para sequenciação ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Refere ainda que as crianças apresentaram um quadro clínico de hepatite aguda, estando em curso a avaliação laboratorial complementar e a avaliação epidemiológica.

"As crianças tiveram sintomas em abril e estiveram internadas, mas nenhuma apresentou complicações graves, tendo recuperado do quadro clínico", afirma a autoridade de saúde, sublinhando que se encontram em investigação fatores epidemiológicos como viagens ou ligações entre os casos, em colaboração com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).

No contexto do surto internacional, foi constituída uma 'taskforce' pela DGS, que inclui especialistas da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP).

Perante uma doença de causa ainda desconhecida, e que se encontra em investigação, a DGS recomenda o reforço de medidas gerais de proteção individual, como a higiene das mãos, a etiqueta respiratória, o arejamento e ventilação dos espaços interiores ou a limpeza e desinfeção frequente de equipamentos e superfícies.

Caso uma criança apresente sintomas respiratórios e gastrointestinais deverá evitar, como habitualmente, creches ou estabelecimentos de educação ou ensino.

"Devido à necessidade de melhor compreender este quadro", a DGS refere que tem participado formalmente em diversas reuniões de trabalho com os seus homólogos, através do Programa Nacional para as Hepatites Virais, em parceria com a SPP.

"A DGS continua a acompanhar a situação a nível nacional e internacional e atualizará a informação epidemiológica e de saúde sempre que se justificar", lê-se no comunicado.

A SPP publicou um documento a explicar o que é a hepatite em idade pediátrica, em que afirma sobre esta hepatite de etiologia desconhecida que "mais de 90% das crianças recuperou espontaneamente".

No passado dia 15 de abril, a Organização Mundial de Saúde lançou um alerta sobre o aumento do número de casos de hepatite aguda grave em crianças saudáveis.

Até ao momento o maior número de casos ocorreu na Europa, sobretudo no Reino Unido e foi mais frequente entre os 3 e os 5 anos de idade.