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Zelensky quer retirar todas as pessoas em Mariupol, apesar de ataques russos

Foto EPA/SERGEY DOLZHENKO
Foto EPA/SERGEY DOLZHENKO

O Presidente da Ucrânia garantiu que, apesar dos contínuos ataques russos contra Mariupol, as autoridades de Kiev trabalham "todos os dias" para retirar todas as pessoas ainda na cidade, incluindo no complexo siderúrgico de Azovstal.

Numa declaração divulgada na internet, na terça-feira à noite, Volodymyr Zelensky afirmou que 156 civis foram retirados e já chegaram a Zaporijia, cidade sob controlo da Ucrânia, a 230 quilómetros a noroeste de Mariupol.

Zelensky agradeceu o esforço de todos os que participaram na operação e garantiu que continua a ser feito "tudo o que é possível para retirar civis de Mariupol e Azovstal".

"É difícil. Mas precisamos de todos os que ali estão: civis e militares", sublinhou o chefe de Estado.

Uma nova operação de retirada está prevista para hoje, "se a situação de segurança o permitir", disse na terça-feira a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Verechtchuk.

Na terça-feira, as forças russas lançaram pela primeira vez um ataque com tanques e infantaria contra o complexo siderúrgico de Azovstal, último foco de resistência ucraniana em Mariupol, enquanto a UE prepara um embargo contra o petróleo russo.

Também a ONU anunciou, na terça-feira, que tinha conseguido retirar mais de uma centena de civis de Azovstal, onde permanecem ainda dezenas de pessoas presas nas galerias subterrâneas do enorme complexo.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, já pediu "mais intervalos humanitários", à semelhança do modelo adotado na retirada de civis de Azovstal, mas sem especificar localizações.

A UE prepara-se para lançar hoje uma revisão das novas sanções contra Moscovo, incluindo um embargo ao petróleo e aos produtos petrolíferos comprados à Rússia. Uma medida que levanta reservas entre alguns países da UE, que dependem fortemente do fornecimento russo, disseram à AFP vários funcionários e diplomatas europeus.

A Comissão Europeia propõe uma paragem gradual nas compras, durante um período de seis a oito meses, até ao final de 2022, com isenção para a Hungria e a Eslováquia, países sem litoral e dependentes das entregas russas através do oleoduto de Druzhba.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.