A Guerra Mundo

Kiev reivindica ter abatido aviões russos, incluindo de transporte militar

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A Ucrânia reivindicou nas últimas horas ter abatido vários aviões russos, incluindo um avião de transporte militar Il-76, de grande capacidade, com pára-quedistas a bordo.

De acordo com um comunicado do Estado-Maior ucraniano, o avião de transporte foi abatido perto de Vasylkiv, uma cidade 40 quilómetros a sul de Kiev.

O Exército russo não respondeu ainda à reivindicação ucraniana.

Segundo o governo da Ucrânia, em Donbass um sistema anti-aéreo S-300 abateu um caça russo Sukhoi Su-25 e um helicóptero, perto da meia-noite, hora local.

A Rússia ainda não assumiu totalmente o controle do espaço aéreo ucraniano, disse na quinta-feira um alto funcionário do Pentágono dos EUA, sob anonimato.

"A defesa aérea da Ucrânia ainda está ativa, embora tenha sido danificada por ataques aéreos russos. (...) Ainda têm defesa antimísseis e (...) ainda têm aviões que negam acesso (ao espaço aéreo ucraniano) a aviões russos", informou a mesma fonte.

Além disso, as capacidades de "comando e controlo" do exército ucraniano, que permitem a coordenação de operações militares ao mais alto nível, "estão intactas", observou o funcionário do Pentágono.

"Acreditamos que, nas últimas 24 horas, os russos perderam um pouco do seu ímpeto", disse o alto funcionário, explicando que as Forças Armadas russas encontraram "mais resistência do que a que esperavam".

Até agora, a Rússia avançou no território ucraniano ao longo de três eixos: no sul da Crimeia até à cidade de Kherson, através do Dnieper; no norte da Bielorrússia até Kiev, ao longo de duas rotas para nordeste e noroeste da capital ucraniana; e no leste da cidade russa de Belgorod até à principal cidade industrial de Kharkiv, segundo estimativas do Pentágono.

Embora as forças russas tenham chegado aos arredores de Kiev, ainda não chegaram ao centro da cidade.

A cidade de Kharkiv também ainda não caiu nas mãos do Exército russo e os intensos combates continuam nesta área, disse o funcionário do Pentágono.

A sul, a ofensiva contra Kherson continua, mas alargou-se para oeste, com o desembarque de vários milhares de soldados russos no Mar de Azov e no Mar Negro, em direção à cidade de Mariupol, segundo o Pentágono.

Hoje, unidades de infantaria da Marinha russa lançaram uma ofensiva a oeste da cidade de Mariupol, nas margens do Mar de Azov, na região separatista de Donetsk, disse a fonte do Pentágono, referindo-se a um "ataque anfíbio" com milhares de fuzileiros navais.

As forças russas também estão a tentar assumir o controlo de uma importante fábrica de Kakhovka, a noroeste de Kherson, onde os combates continuam.

Após meses de tensões, a Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.