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Presidente deposto do Peru na prisão por alegada tentativa de golpe de Estado

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O Presidente deposto do Peru, Pedro Castillo, foi transferido para uma prisão, após ter sido detido e acusado de ter violado a ordem constitucional, por ter tentado dissolver o parlamento e criar um "governo de emergência".

Castillo foi transferido para a prisão de Barbadillo, nos arredores da capital, na quarta-feira à noite, após passar várias horas com a família e o ex-primeiro-ministro Aníbal Torres, na sede da polícia em Lima.

O antigo presidente saiu das instalações da polícia acompanhado por um forte dispositivo policial e foi transferido de helicóptero para a prisão em Ate, onde permanecerá pelo menos 48 horas.

De acordo com o relatório policial, Castillo dirigia-se à Embaixada do México quando foi detido.

Horas antes, o chefe da diplomacia mexicana, Marcelo Ebrard, tinha dito que o então chefe de Estado peruano poderia pedir asilo ao México, esclarecendo que o pedido não tinha sido feito.

Após a detenção de Castillo, o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, acusou as "elites económicas e políticas" do Peru de obrigar o agora ex-Presidente peruano a "tomar decisões" que levaram à sua demissão.

O presidente mexicano qualificou de "sui generis" o conceito de "incapacidade moral" que os deputados peruanos usaram esta quarta-feira para destituir Castillo e apelou a que "os direitos humanos sejam respeitados" e exista "estabilidade democrática em benefício do povo".

A Procuradoria-Geral do Peru realizou operações simultâneas na quarta-feira no Palácio do Governo, na Presidência do Conselho de Ministros e em vários ministérios, em busca de provas contra o ex-presidente.

O parlamento do Peru aprovou na quarta-feira a moção de censura contra o Presidente do país por "incapacidade moral", com 101 dos 130 votos a favor, horas depois de Castillo ter anunciado a dissolução deste órgão, a criação de um "governo de emergência" e a instituição de um recolher obrigatório.

Dina Boluarte, anterior vice-Presidente peruana, foi empossada na quarta-feira como a nova chefe de Estado do Peru, a primeira mulher a assumir o cargo no país.

Esta advogada de esquerda, de 60 anos, assegurou que entre os seus compromissos estará "a defesa" da soberania nacional e "cumprir e fazer cumprir" a Constituição e as leis do seu país.

Centenas de manifestantes saíram às ruas da capital do Peru, Lima, para celebrar a decisão do Congresso de destituir Pedro Castillo.

O presidente do Congresso, José Williams, garantiu na quarta-feira que o parlamento "restaurou a ordem democrática e constitucional" no Peru, após dar posse a Dina Boluarte como nova chefe de Estado.

Após a cerimónia, o chefe do comando conjunto das Forças Armadas, Manuel Gómez de la Torre, referiu aos jornalistas que estas instituições permanecem unidas e respeitam o Estado e a Constituição.