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Autoridades gregas apreendem terreno de eurodeputada acusada de corrupção

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A autoridade grega anti-branqueamento de capitais apreendeu hoje um terreno de 7.000 metros quadrados que a eurodeputada socialista grega Eva Kaili e o seu companheiro, Francesco Giorgi, tinham comprado na ilha de Paros, informou a imprensa local.

A apreensão deste terreno foi decidida no âmbito da investigação criminal preliminar que o procurador de crimes económicos grego abriu contra a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu pela alegada prática de crimes de branqueamento de capitais e corrupção passiva.

Segundo a imprensa, a medida pode abrir caminho para um processo criminal contra Kaili na Grécia, caso se comprove que o casal comprou o terreno com dinheiro de atividades ilegais.

A conta bancária comum que o casal usou para adquirir o imóvel foi também congelada, adiantaram as mesmas fontes.

Kaili e Giorgi estão atualmente em prisão preventiva em Bruxelas, ambos acusados dos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito das investigações a um alegado esquema de subornos no Parlamento Europeu pelo Qatar e por Marrocos, conhecido como 'Qatargate'.

A manutenção de Kaili na prisão ou a sua saída em liberdade com pulseira eletrónica será hoje decidida pelo tribunal, como referiu o seu advogado belga, André Risopoulos, no final de uma audiência no Palácio da Justiça de Bruxelas.

Na semana passada, a autoridade grega anti-branqueamento de capitais apreendeu várias propriedades, contas bancárias e empresas de Eva Kaili e dos seus familiares mais próximos na Grécia, a fim de localizar e bloquear rapidamente a possível transferência de dinheiro ou propriedade pessoal que pudessem provar o crime de suborno passivo ou lavagem de dinheiro.

O advogado grego da eurodeputada, Michalis Dimitrakopoulos, garantiu que a compra do terreno na ilha grega de Paros foi totalmente legal e justificou o dinheiro pago com os honorários e rendimentos de Kaili como membro do Parlamento Europeu.

A socialista grega foi afastada da vice-presidência do Parlamento Europeu, mas ainda mantém o cargo de eurodeputada, como não-inscrita.

Além do seu companheiro, assistente parlamentar no Parlamento Europeu, foi também envolvido no processo o pai da eurodeputada, Aléxandros Kailis, que foi preso, no dia 09, num hotel de Bruxelas, com uma mala cheia de dinheiro com a qual pretendia fugir.

A investigação criminal na Grécia aborda apenas os alegados crimes cometidos por Kaili que as autoridades belgas não incluíram na acusação contra a eurodeputada, já que ninguém pode ser acusado ou processado duas vezes pelo mesmo crime.