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Maioria dos brasileiros desaprova actos que pedem golpe contra Lula da Silva, aponta sondagem

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A maioria dos brasileiros (75%) disse desaprovar as manifestações dos apoiantes do Presidente, Jair Bolsonaro, que defendem um golpe militar para impedir a posse de Lula da Silva, segundo uma sondagem do Instituto Datafolha hoje divulgada.

O levantamento feito na segunda e terça-feira desta semana apurou que 75% dos entrevistados disseram desaprovar atos que pedem um golpe de Estado contra o Presidente eleito, 21% aprovam, 3% dizem-se indiferentes e 1% absteve-se de comentar.

Os apoiantes mais radicais de Bolsonaro defendem um golpe militar desde que Luiz Inácio Lula da Silva derrotou Bolsonaro na segunda volta das eleições presidenciais em 30 de outubro por uma diferença de menos de dois pontos percentuais.

Grupos de camionistas realizaram bloqueios ilegais em importantes rodovias do Brasil e, desde o dia seguinte às eleições, pequenos grupos de manifestantes estão acampados em frente de quartéis para exigir que as Forças Armadas impeçam a posse de Lula da Silva, marcada para 01 de Janeiro.

Segundo o Datafolha, que entrevistou 2.026 pessoas em 126 municípios e cujo levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, as manifestações golpistas são rejeitadas por 96% dos brasileiros que votaram em Lula da Silva e por 50% dos que votaram em Bolsonaro.

O levantamento indicou que 56% dos entrevistados consideram que os manifestantes que defendem um golpe militar devem ser punidos legalmente por violarem a Constituição, 40% consideram que não devem ser sancionados porque teriam o direito de expressar a sua opinião e 4% não souberam responder.

A sondagem também mostrou que 63% dos brasileiros se opõem às medidas adotadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para bloquear perfis nas redes sociais de pessoas que atentam contra a democracia e apenas 32% defendem esse tipo de sanção.

Jair Bolsonaro, que durante a campanha eleitoral questionou a transparência e a credibilidade das eleições brasileiras, até agora não aceitou publicamente a sua derrota e permanece isolado e calado, mas autorizou o início do processo de transição de Governo.