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Novo inquérito revela prevalência de 12,4% de VIH em Moçambique

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Foto EPA/RICARDO FRANCO

A prevalência do VIH em Moçambique desceu ligeiramente para 12,4%, mas continua entre as taxas mais altas do mundo, segundo os resultados de um novo inquérito apresentados hoje pelo Instituto Nacional de Saúde (INS).

São cerca de dois milhões de adultos a viver com o vírus da imunodeficiência humana no país, ou seja, um em cada oito.

O último inquérito em Moçambique tinha sido feito em 2015 e na altura a prevalência era de 13,2%.

O país de cerca de 31 milhões de habitantes continua entre os mais afetados do mundo, comparando a prevalência hoje anunciada com os dados de outras nações (dados disponibilizados pelo programa das Nações Unidas para o VIH/Sida).

Tal como no resto da África subsaariana, em Moçambique a prevalência é claramente maior entre mulheres (15%) que homens (9%).

As diferenças são "particularmente notórias entre os 15 e 29 anos, chegando a prevalência a ser duas a três vezes mais alta entre as mulheres", nota o INS.

"Uma em cada quatro mulheres entre os 35-39 anos está infetada", destaca.

O inquérito indica também que o uso de preservativo "ainda é baixo", sobretudo pelas mulheres: só 30,3% das mulheres disse usar preservativo, menos 11,6% que em 2015.

A percentagem de homens que disse usar preservativo aumentou 8,8% para 48,2%.

"Um em cada oito adultos em Moçambique vive com VIH, o que representa um desafio substancial para o sistema de saúde do país", refere um resumo do inquérito.

"Estes resultados demonstram a necessidade de medidas de prevenção para reduzir o número de novas infeções", acrescenta o documento.

O ministro da Saúde, Armindo Tiago, destacou hoje também algumas conquistas.

"Embora a média nacional da prevalência do VIH se mantenha elevada entre 2015 e 2021, gostaríamos de destacar a redução assinalável nas províncias de Manica e Maputo", com reduções de 40% a 50%.

O Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH e Sida (ONUSIDA) estabeleceu as metas 95-95-95 para que, até 2025, 95% das pessoas com VIH conheçam o seu estado viral, 95% de todas as pessoas diagnosticadas estejam a receber tratamento de forma contínua e 95% destas alcancem a supressão da carga viral.

Moçambique está ao nível 72-96-89 destas metas, respetivamente, ou seja, três em cada 10 ainda não conhece o seu estado de infeção e apesar da cobertura de tratamento estar acima de 95% a supressão da carga viral ainda não superou os 89%.

O Insida 2021 baseou-se em entrevistas e recolha de amostras de sangue a cerca de 14.500 pessoas em todo o país entre abril de 2021 e fevereiro de 2022 e os resultados têm um intervalo de confiança de 95%.

O estudo contou com financiamento do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da SIDA (PEPFAR, sigla inglesa) e assistência técnica do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, sigla inglesa) e da Universidade de Columbia, ambos dos EUA.