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Montenegro diz ser "de ir às lágrimas" ouvir Governo defender reprivatização da TAP

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Foto Lusa

O presidente do PSD considerou hoje que "é de ir às lágrimas" ouvir o ministro das Infraestruturas dizer que a reprivatização da TAP esteve sempre no horizonte do Governo, classificando a situação da companhia aérea de "circo completo".

"[A TAP] é um circo completo. Ainda há bocadinho vinha para aqui a ouvir o Ministro das Infraestruturas dizer que a reprivatização [da TAP] esteve sempre no horizonte do Governo. É de ir às lágrimas, com franqueza. Isto passou a ser uma anedota", defendeu Luis Montenegro, a discursar num jantar de sócios da Associação Comercial do Porto.

Pedro Nuno Santos afirmou hoje que "ao contrário do que muitos fazem questão de dizer [a reprivatização] esteve sempre em cima da mesa desde o primeiro momento" em que a TAP foi intervencionada em 2020 e que "nunca foi objetivo do Governo portuguesa ter 100% da companhia aérea", sublinhando que desde "a primeira hora" referiu haver um objetivo claro de que a TAP viesse a integrar um grande grupo de aviação.

Segundo o líder do PSD, o Governo quer "confundir toda a gente" quando aborda a intervenção do Estado na companhia em 2020. "Mas o problema não está ai, o problema está em 2016. Em 2016 não havia nenhuma obrigação de nacionalizar parte do capital da TAP, a TAP já tinha sido privatizada, já havia mais de 50% do capital que estava nas mãos dos privados, com o respetivo risco", disse.

Luis Montenegro acusou o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, de terem sido "uns anjos da guarda" para os investidores privados da TAP por terem nacionalizado a companhia aérea com "as responsabilidades e os riscos" a ficarem "do lado do estado".

"Foi uma maravilha e, de facto, aqueles investidores podem agradecer eternamente ao doutor António Costa e ao dr. Pedro Nuno Santos", disse.

O líder social-democrata recusou ainda que o Governo tenha ajudado TAP em 2020: "Se me perguntarem se o Estado em 2020 poderia avaliar se valia a pena ajudar a companhia a sobreviver? Com certeza (...) não era nas condições em que foi feito", começou por dizer.

"A questão é que o Governo português não tinha alternativa, só fechando a companhia, porque a responsabilidade era toda sua. O Estado português não foi ajudar a companhia aérea, foi ajudar-se a si próprio porque já era detentor da responsabilidade toda, esta é que é a verdade", concluiu.