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Países da UE e mais 15 do Mediterrâneo reunidos em Barcelona para melhorar cooperação

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A União Europeia, os seus 27 estados-membros e mais 15 países do Mediterrâneo reúnem-se na quinta-feira em Barcelona com o objetivo de melhorar "a cooperação, o desenvolvimento e a integração" na região euro-mediterrânica.

Será o 7.º Fórum Regional da União para o Mediterrâneo, uma organização intergovernamental de que fazem parte 42 países - os 27 da União Europeia e mais 15 do Norte de África, Médio Oriente e sudeste da Europa -, unidos pelo mar mediterrânico.

"O Fórum é uma oportunidade para refletir sobre como promover uma melhor cooperação, desenvolvimento e integração na região mediterrânica. Na mesma linha, terá lugar no mesmo dia em Barcelona uma reunião ministerial da União Europeia e dos seus vizinhos do Sul", diz a União para o Mediterrâneo (UpM), num nota de imprensa sobre os encontros desta quinta-feira.

O Fórum Regional da UpM, um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE), realiza-se durante a manhã, é presidido pelo chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e pelo ministro da Jordânia Ayman Safadi, estando Portugal representado pelo ministro João Gomes Cravinho.

Na abertura, será ratificada a adesão da Macedónia do Norte à UfM e a este grupo, segundo fontes da organização.

No encontro, segundo as mesmas fontes, deverão ser abordados temas como a segurança alimentar e energética, agravadas pela guerra na Ucrânia, ou as políticas de emprego e dirigidas à juventude numa região marcada por grandes fluxos de migrantes que tentam cruzar o mar Mediterrâneo rumo à Europa.

Outros temas na agenda deverão ser a resposta às alterações climáticas, a inclusão social, a transformação digital ou a proteção civil.

O Fórum termina com uma conferência de imprensa e dele deverá sair uma "comunicação conjunta" das delegações presentes, não havendo informação, até agora, de quantos ministros estarão em Barcelona na quinta-feira. No Fórum do ano passado, 20 delegações foram lideradas por MNE.

A seguir ao fórum, terá lugar o encontro UE - Vizinhança Sul, mais restrito, que junta os países da União Europeia e outros oito do Mediterrâneo com quem tem acordos de associação (Argélia, Egito, Israel, Jordânia, Líbano, Marrocos, Tunísia e Autoridade Palestiniana).

Estes acordos enquadram-se no âmbito da Política Europeia de Vizinhança (PEV), ao abrigo da qual a UE e os seus parceiros meridionais "adotaram planos de ação bilaterais, prioridades de parceria ou agendas de associação", segundo informação oficial disponível nos 'sites' das instituições europeias.

"Estes planos de ação estabelecem programas de reforma política e económica com prioridades a curto e médio prazo (três a cinco anos)" e "procuram, em particular, desenvolver sociedades democráticas, socialmente equitativas e inclusivas, fomentando a integração económica e a educação, desenvolvendo pequenas e médias empresas e a agricultura e facilitando a circulação de pessoas nas fronteiras", dizem as mesmas informações.

Na designada Vizinhança Sul, há acordos de associação com oito países, mas a PEV abrange mais dois estados, no entanto, o acordo com a Síria, "rubricado antes da repressão violenta das manifestações populares pelo Governo sírio em 2011, nunca chegou a ser assinado" e "as negociações com vista à conclusão de um acordo-quadro UE-Líbia foram suspensas em fevereiro de 2011 e ainda têm de ser retomadas", explica a UE, nas suas páginas oficiais.

Os encontros de Barcelona ocorrem na véspera da celebração, pelo segundo ano, do Dia do Mediterrâneo, na sexta-feira, instituído pela UfM em 2020, com apoio unânime dos seus 42 membros, e tem como objetivo "celebrar as conquistas, reconhecer a diversidade, aprofundar a compreensão mútua e reforçar a cooperação e os laços entre as duas margens" mediterrânicas.

Por outro lado, este ano, Fórum Regional da UfM é, pela primeira vez, precedido pelo encontro da Juventude Euro-Mediterrânica, também em Barcelona, com a participação de centenas de jovens dos países que integram a organização, que apresentarão propostas ao ministros dos Negócios Estrangeiros.

As propostas têm o objetivo de "desenvolver soluções concretas por um projeto mediterrânico mais inclusivo, sustentável e próspero", segundo a UpM.

A UpM foi criada em 2008 por iniciativa francesa e egípcia e é herdeira da Conferência Euro-mediterrânica, constituída em 1995 em Barcelona.

O Fórum Regional da UpM foi criado em 2015, para abordar temas de interesse comum aos 42 países da União para o Mediterrâneo.