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Reino Unido e França reforçam cooperação para travar migração ilegal no Canal da Mancha

Foto Ben Stansall/AFP
Foto Ben Stansall/AFP

Reino Unido e França assinaram hoje um novo acordo em Paris para reforçar a cooperação numa tentativa de travar a imigração ilegal no Canal da Mancha que este ano bateu um novo recorde.

O acordo assinado pelos ministros do Interior dos dois países, Suella Braverman e Gérald Darmanin, é uma extensão e expansão de um acordo anterior e prevê mais patrulhas marítimas e a disponibilização de mais recursos técnicos como parte de uma melhor cooperação bilateral para reduzir o número de travessias através do Canal da Mancha.

No domingo, o governo britânico confirmou que mais de 40.000 migrantes fizeram a perigosa viagem através do Canal da Mancha em barcos improvisados de França para o Reino Unido este ano, um novo recorde face às 28.526 travessias de 2021. 

A maioria, segundo Londres, são albaneses, iranianos e afegãos.

De acordo com um comunicado do Ministério do Interior britânico, vai haver um aumento em 40% das patrulhas francesas que terão integrados, pela primeira vez, agentes especializados do Reino Unido. 

Este novo acordo plurianual implica o pagamento de até 72,2 milhões de euros em 2022/23 pelo Reino Unido para o reforço de segurança nos portos, investimento em tecnologia de vigilância, drones, equipas com cães, videovigilância e helicópteros para ajudar a detetar e prevenir travessias.

Desde 2020, a cooperação entre os dois países resultou no desmantelamento de 55 grupos de tráfico de pessoas e 500 detenções, das quais  140 foram julgadas a e condenadas por tráfico humano. 

O Ministério do Interior afirma também que, desde o início do ano, já foram impedidas mais de 30.000 tentativas de travessia, um aumento superior a 50% relativamente ao ano passado.

"Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para impedir que as pessoas façam estas viagens perigosas e para desmantelar os grupos criminosos. Este é um problema mundial que requer soluções mundiais, e é do interesse dos governos britânico e francês trabalharem em conjunto para resolver este problema complexo", afirmou a ministra britânica, Suella Braverman.