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O Prémio

Da Autonomia, concedido pela ALR. A sua atribuição, pela 1ª vez, a Alberto João Jardim é inquestionável. Discorrer sobre o seu contributo é uma encomenda de natureza e dimensão incomensurável.

Uma incompreensível distorção é o entregarem, no ano seguinte, a um jornalista, pela recolha de imagens da RTP sobre os primórdios do 25 de abril e do processo autonómico. Não está em discussão o valor do profissional ou mérito da selecção das peças televisivas. Mas perceber o que é que isso tem a ver, objectivamente, com a luta pela nossa liberdade, emancipação e desenvolvimento. Um prémio de jornalismo, com certeza. De Autonomia, não faz sentido. Até porque não se trata de fenómeno de mera observação, mas de constante reivindicação, empenho, determinação.

Desvaloriza quem o recebeu antes e depois, como, por exemplo, o actual presidente do governo que um dia será merecedor dessa distinção. Acho deselegante para os que desde 1976 iniciaram as regionalizações e transferência de poderes, os que na Constituinte votaram a consagração dessa nossa arreigada aspiração, os que se bateram no Parlamento nacional pela nobre demanda e os que se destacaram no regional desde o início desta jornada.

Ou os que a desenvolveram fazendo aprovar na Assembleia da República, por unanimidade, aclamação e com todos os deputados de pé, o Estatuto em vigor. O que nunca acontecera com um diploma da Madeira e, provavelmente, não mais se repetirá. Um marco histórico inolvidável.

E todos os que ajudaram a concretizar grandes objectivos, infraestruturas a vários níveis, e deram conteúdo à causa. Esses sim, contribuíram para a construção da Autonomia. Agora quem reuniu imagens produzidas por outros? Por amor de Deus.