Madeira

Peso da despesa em I&D no Produto Interno Bruto regional cresceu em 2020 para 0,51%

Empresas voltam a concentrar a maior fatia das despesas de Investigação e Desenvolvimento na RAM

Foto Shutterstock
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Em 2020, na Região Autónoma da Madeira (RAM), "o peso da despesa em investigação e desenvolvimento (I&D) no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 0,51%, mais 0,07 pontos percentuais (p.p.) que em 2019, ano em que este indicador se fixou em 0,44%", informa a Direcção Regional de Estatística da Madeira.

Na nota publicada esta manhã, a DREM dá conta que "este é o valor mais elevado deste indicador, cuja série tem início em 2010", conforme se pode observar do grafismo anexo.

"Estabelecendo uma comparação com as restantes regiões do País, observa-se que a RAM, a Região Autónoma dos Açores (RAA) e o Algarve apresentam rácios relativamente próximos entre si, embora muito afastados da média nacional", sendo que no ano em análise "a despesa em investigação e desenvolvimento (I&D) no PIB em Portugal foi de 1,62%, enquanto a RAA (0,34%) e o Algarve (0,49%) apresentaram, ambas,  um valor inferior ao da RAM. A Área Metropolitana de Lisboa (1,96%) e o Norte (1,82%) surgem como as regiões com melhor performance neste indicador, ambos acima da média. "De realçar que todas as regiões registaram um incremento neste indicador", acrescenta.

Além disso, "a proporção de pessoal (equivalente a tempo integral) em I&D na população activa era, em 2020, de 4,1 em cada mil activos, representando uma ligeira subida em relação ao ano anterior (3,9). Por sua vez, o rácio para os investigadores manteve-se nos 0,30% do total de activos", garante.

Nesse ano, foram contabilizadas 71 unidades de investigação na região "mais 5 que em 2019, que empregavam 558 pessoas (medidas em tempo integral), mais 23 face ao ano anterior", aponta. "A maior parte destes efectivos concentrava-se nas Empresas (39,6%), seguindo-se o Ensino Superior (36,4%), o Estado (23,8%), onde está incluída a Administração Pública Regional e a Administração Local e por fim as Instituições Privadas sem Fins Lucrativos (0,2%)".

Quanto ao valor da despesa em I&D esta "rondou, em 2020, os 22,9 milhões de euros, +2,8% que no ano precedente (22,3 milhões de euros)", sendo que no ano em referência, "foram as Empresas que lideraram as atividades de I&D na RAM no que se refere à despesa executada, realizando 44,8% da despesa naquela vertente, seguidas do Ensino Superior (30,9%), do Estado (24,1%) e das Instituições sem Fins Lucrativos (0,2%). De sublinhar que, desde o início da série e pelo segundo ano consecutivo, as empresas concentram a maior fatia de despesa em I&D, posição habitualmente ocupada pelo Ensino Superior (entre 2003 e 2018)", realça.

Mais, "em todos os anos da série com dados disponíveis, o Estado tem-se apresentado como o principal financiador da despesa em I&D na RAM, concentrando quase metade (48,7%) do total em 2020, seguido das empresas com 31,8%. O financiamento do Estado foi de 11,2 milhões de euros, -9,2% que em 2019", refere dado de evidente desinvestimento público na RAM.

"Em 2020, a área científica ou tecnológica onde foi realizada mais despesa na RAM em I&D foi a da ciência de engenharia e tecnologia, o que sucede pela segunda vez consecutiva", aponta a DREM. "Entre 2011 e 2019 foram sempre as ciências sociais, humanidades e artes que se destacaram face às outras áreas, o que não veio a suceder novamente no ano em referência. Com efeito, em 2020, a despesa realizada em I&D na área científica de engenharia e tecnologia situou-se nos 3,2 milhões de euros, seguindo-se as ciências sociais, humanidades e artes, com 2,7 milhões de euros e as ciências naturais, com 2,4 milhões de euros. De referir ainda que as duas primeiras áreas registam decréscimos face a 2019 (-2,8% e -10,8%, pela mesma ordem), tendo a última crescido 13,4% (única área científica que observou uma subida)".

Outra nota de realce é que "no período 2018-2020, 42,6% do total de empresas com sede na RAM com 10 ou mais pessoas ao serviço apresentaram actividades de inovação, proporção abaixo da média nacional (48,0%) em 5,4 pontos percentuais (p.p.). Estes dados indicam que tanto na Região como no País, as actividades de inovação foram ampliadas relativamente ao triénio anterior, cujos valores se haviam fixado nos 33,5% e 32,4%, respectivamente", atestando uma evolução menos acelerada na RAM face à média nacional.

E conclui outros indicadores, que atestam a afirmação acima: "Quanto à intensidade de inovação das empresas da Região - indicador que corresponde à percentagem da despesa total de inovação no volume de negócios das empresas que declararam despesas de inovação - a mesma foi de 1,6% no período 2018-2020, 0,3 p.p. acima da percentagem observada para o País, que se fixou nos 1,3%. Contudo, importa realçar que a evolução deste indicador face a 2016-2018 sucedeu em sentidos opostos, isto é, enquanto a nível nacional foi registada uma subida de 0,1 p.p., na RAM verificou-se uma redução de 0,3 p.p.."