Patrocinado ORDEM DOS ENGENHEIROS TÉCNICOS . SECÇÃO REGIONAL DA MADEIRA

A arte da água e da energia

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Assegurar a sustentabilidade do nosso planeta tem vindo a ser um tema recorrente e de grande preocupação por diversas entidades Europeias e mundiais. A quantidade de energia disponível aos consumidores tem sido assunto de debate. O recurso às energias renováveis, como é o caso da água, do sol, do vento, e até mesmo de outras menos conhecidas como as ondas e a geotermia, não sofrem alterações pela política em vigor. O mesmo não se verifica quando falamos de energias fósseis.

O governo nacional solicitou à Agência para a Energia (ADENE) que preparasse um "plano de poupança de energia e eficiência hídrica" com medidas detalhadas, metas, objectivos e respectivo impacto, de modo a que Portugal possa cumprir a sua parte do acordo alcançado em Bruxelas que seria uma redução de 15%" nos consumos, aqui estão abrangidos os edifícios residenciais; comércio e serviços; indústria; Administração Pública; mobilidade, transportes e frotas; formação e qualificação.

Foi nesta base que escrevo estas linhas, dando o meu contributo público e institucional.

Sendo os sistemas de climatização um dos grandes consumidores de energia, quer na área residencial, nos edifícios de serviços e comércio, quer na indústria hoteleira, garantir que as temperaturas máximas permitidas nestes estabelecimentos, seja de 25ºC no Verão e 19º no Inverno. Para isto, bastaria condicionar os controladores de temperatura:

Criar uma legislação e fiscalização, para que em todos os sistemas de climatização, refrigeração e susceptíveis de utilizar os desperdícios de calor, seja imposto a instalação para estes aproveitamentos. 

Na restauração, particularmente nas cozinhas, criar regras de utilização da energia na confecção de alimentos.

Relativamente a equipamentos destinados aos sistemas AVAC, mais do que legislar sobre a eficiência dos mesmos, seria criar regras, rácios e monitorização dos consumos.

Na parte da iluminação, mesmo utilizando iluminação mais eficiente, reduzir a iluminação pública, que em muitos casos é excessiva e desconfortável. Em muitas estradas e autoestradas, seria dispensável a iluminação pública.

Relativamente aos consumos de água, e na medida em que muita água é tratada e bombeada, bastaria criar regras de imposição de redução de consumos, por exemplo através de regulamentação dos dispositivos sanitários.

Ainda sobre os consumos de água, e na parte da AQS, para além dos factores referidos anteriormente, esta redução traduz-se proporcionalmente na diminuição de energia de aquecimento.

Tirar partido da energia de biomassa, que tanto abunda no território português, sendo também uma forma de limpeza da floresta e terrenos particulares.

Promover e apoiar a instalação de mini-hídricas para produção de energia eléctrica para utilização particular e com injecção na rede do excesso.

Promover a instalação de painéis solares fotovoltaicos, para autoconsumo e injecção na rede dos excessos.

No sector industrial talvez seria difícil reduzir os consumos, porém seria fácil aproveitar desperdícios de energia principalmente do calor, para a climatização dos espaços administrativos e em muitos casos para os espaços industriais. É possível ainda utilizar o calor desperdiçado nos processos industriais para a produção de água gelada; quer para a climatização de Verão, quer para as necessidades de arrefecimento nalguns processos industriais. O mesmo calor desperdiçado poderia ser usado ainda nas AQS dos balneários dos operários.

Na mobilidade, transportes e frotas, embora que muito se fale em bons transportes públicos, uma forma de reduzir consumos é reduzir o número de carreiras, com alguma adaptação dos utilizadores.

No que diz respeito à formação e qualificação, acredito que informação e sensibilização sobre um assunto tão vago e ao mesmo tempo muito vasto, não é tarefa fácil. Na verdade, as campanhas através dos diversos meios de comunicação, nem sempre se mostram eficazes. Esta consciencialização, tem que começar muito cedo, quase que desde o nascimento. Ser responsável é preocupar-se com o colectivo e focar-se nos benefícios que estas alterações poderão trazer a toda a população.

O desperdício é o Problema, racionar é o Dilema.

Cumprimentos

Eng.º Téc.º José Jesus

Colégio de Especialidade de Mecânica da OET