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ONU alerta para seca que ameaça comunidades rurais no Afeganistão

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DN

A Organização das Nações unidas (ONU) deixou hoje um apelo urgente aos doadores para ajudarem os agricultores afegãos a combater a seca que ameaça a subsistência de sete milhões de pessoas.

A seca, a pandemia de covid-19 e o deslocamento da população causado pela tomada de poder dos talibãs, "atingiram duramente as comunidades rurais do Afeganistão, em particular os seus agricultores e pastores", alerta um comunicado da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Cerca de 14 milhões de afegãos, entre os quais se contam dois milhões de crianças, - o equivalente a um entre cada três afegãos - sofrem atualmente de insegurança alimentar aguda, havendo ainda três milhões de animais ameaçados.

No comunicado, citado pela AFP, o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, adverte que, se não for prestada assistência às pessoas mais afetadas pela seca severa, "muitas delas terão que abandonar as suas terras e ser deslocadas", precisando que "isso pode piorar a insegurança alimentar e ameaçar ainda mais a estabilidade do Afeganistão".

A FAO está a apelar à doação de 18 milhões de dólares (cerca de 15 milhões de euros) para financiar a compra de sementes de trigo antes de setembro, das quais dependem 250 mil agricultores e respetivas famílias, ou seja, cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Espera-se que o rendimento das colheitas registe este ano uma quebra de 20% face a 2020.

Estimativas do Programa Alimentar Mundial (PAM) conhecidas este mês apontam para a necessidade de 234 milhões de dólares (cerca de 199 milhões de euros) até ao final do ano para garantir ajuda às populações vulneráveis do Afeganistão.