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EUA continuarão a retirar pessoas do Afeganistão durante "as próximas semanas"

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Os Estados Unidos continuarão "nas próximas semanas" a retirar de Cabul "de forma segura e ordenada" os seus cidadãos e colaboradores afegãos, anunciou hoje o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

"Vamos trabalhar duramente nas próximas semanas para tirar do país todos os que pudermos", disse Kirby numa entrevista à rádio pública NPR.

Os Estados Unidos retomaram na segunda-feira os voos militares no aeroporto de Cabul, que tinham sido interrompidos devido ao caos resultante da concentração de centenas de afegãos nas pistas, na tentativa de abandonarem o país.

Kirby reiterou o compromisso do Pentágono de completar a retirada de "uma forma segura e ordenada", indicando que as tropas norte-americanas têm capacidade para transferir entre 5.000 a 9.000 pessoas por dia do Afeganistão.

A Casa Branca confirmou hoje num comunicado que o aeroporto internacional Hamid Karzai de Cabul está aberto e que os voos podem aterrar e descolar, inclusive do setor civil, onde na segunda-feira se registaram incidentes.

A nota adianta que estão destacados no local 3.500 soldados norte-americanos e que na segunda-feira foram retiradas mais de 700 pessoas, entre as quais 150 norte-americanos.

Nos últimos dias, Washington enviou para o Afeganistão 6.000 soldados e outros 1.000 estão a caminho para ajudar na operação de evacuação.

O Pentágono anunciou que os afegãos retirados do seu país serão transferidos para três bases militares nos Estados Unidos, nos Estados de Wisconsin, Virgínia e Texas, enquanto os seus vistos estão a ser tratados, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no domingo, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (Estados Unidos da América e NATO).

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se agora que os radicais voltem a impor um regime de terror, nomeadamente ao nível dos diretos fundamentais das mulheres e das raparigas.