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Rebeldes usam mulheres e crianças como escudo humano em Moçambique

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Os grupos rebeldes em Cabo Delgado estão a usar mulheres e crianças como escudo humano no combate com as forças moçambicanas, disse hoje fonte do exército.

"A primeira barreira que encontramos são crianças e senhoras", disse o general Cristovão Chume, comandante do ramo do exército, em declarações à Rádio Moçambique, ao descrever os combates que têm acontecido no distrito de Palma.

"Temos vindo a instruir os nossos camaradas que estão a combater no sentido de preservar a vida dessas crianças e senhoras, indo atrás daqueles que têm armas - ou que mesmo não tendo se apresentam como [membros] do grupo terrorista", referiu.

Segundo aquele responsável, citado pela emissora estatal, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas conseguiram nos últimos dias, sem especificar quando, resgatar mais de uma centena de pessoas que tinham sido levadas por rebeldes.

Os confrontos e operações militares no distrito de Palma voltaram a intensificar-se na última semana, segundo relatos de deslocados que fogem para Pemba, capital provincial, e fontes militares, que anunciaram na quarta-feira ter abatido 150 rebeldes.

O distrito acolhia o projeto de exploração de gás natural liderado pela Total, o maior investimento privado em África (da ordem dos 20 mil milhões de euros), entretanto suspenso devido à insegurança na região.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com a ONU.